sexta-feira, fevereiro 24, 2006
podcast: ter ou não ter?
Ando cogitando com um amigo de fazer um podcast do meu blog. Aí penso se tenho desenvoltura suficiente para soltar minhas pérolas com minha voz rouca e sexy.Vai parecer um tele-sexo. Não sei se vai funcionar. Não há nenhum podcast que eu ouça, mas acho a idéia interessante. Hoje em dia mal temos tempo de respirar, fico imaginando ler meus posts homéricos. Alguém vai me ouvir?

Será que vou ter que fazer um curso de impostação vocal e aprender a articular para ter um podcast? Particularmente não gosto da minha voz e não sei o quanto ela pode soar agradável a quem me ouve.

Vou fazer um teste, antes preciso de um gravador decente para não ter várias interferências externas. Claro que pensei no quanto pode ser divertido andar com o gravador pra cima e pra baixo, pois tenho conversas hilárias com meus interlocutores de vez em quando que lamento não grava-las. Minhas idéias mergulhadas numa taça de vinho são muito melhores do que minhas idéias mergulhadas em café e água.

O que vocês acham de um podcast? A idéia soa divertida ou chata demais?

***
Hoje eu e uma amiga resolvemos pedir para ser estagiária do Lúcio Ribeiro [ou mesmo para substitui-lo], já que tudo que ele publica vira tendência e nós antecipamos a chegada de "she wants revenge", que foi nossa banda da semana e espalhamos pelos quatro cantos o que anda rolando nos nossos i-Tunes [tá, sabemos que não fomos as primeiras]. Quem for ao Coachella poderá assisti-los ao vivos. Viva o myspace.com!!! Ouvi-los durante a semana me atiçou a ir conferir "sister of mercy" ao vivo, pois a banda marcou minha adolescência quando minha diversão era ir com os amigos para o cemitério com uma garrafa de vinho chapinha nas mãos e cantando "temple of love".

Postado por Desiree às 12:34 PM | 7 comments



quinta-feira, fevereiro 23, 2006
síndrome calça jeans
Fui a uma festa ontem e fui derrubada por três cervejas e risadas que me contorceram. Quarta-feira é um bom dia para dormir cedo, mas eu não consegui mesmo após horas pulando no Morumbi.

Enquanto eu dançava, me dei conta de que não há nada tão sexy quanto uma calça jeans. O melhor é que é possível descobrir se uma pessoa tem bom gosto só pelo modelão do jeans escolhido.

Percebi que não conseguia mais parar de reparar nas calças jeans alheias. O lugar, frequentado por modernos plantonistas, estava recheado de belas escolhas. As melhores são as dos gays. Eles sempre tem bom gosto. Incrível. Tá no gene?

- Seth, calça jeans é genial, não acha?

- Ahn?

- Não há nada tão sexy como uma calça jeans. Olhe em volta.

- Ahn?

Eu estava com uma muito bonita ontem. Escura, cintura baixa, justa e reta. Zara. Eles sabem fazer calça jeans. Sorri diante da constatação de que eu fazia parte das pessoas de bom gosto [claro que sob meu próprio olhar, o que é por si só muito suspeito]. Reparei também na calça do meu amigo. Ele tem muitas calças jeans bonitas. Gay. Ele não erra. Quer dizer, tem uma calça jeans que quando ele usa me incomoda um pouco. Parece ter sido trazida de outra fase da vida dele que não a atual. Talvez eu comente isso com ele.

Eu tenho umas horríveis no armário. Já contei mais de 60 calças jeans, mas doei mais da metade por acreditar que a maioria delas foi comprada em um momento de pura compulsão, o que me deixa sem muitos critérios. Atualmente devo ter 30 calças jeans, porém há apenas 4 que uso com regularidade e vou alternando. Tenho muitas calças de alfaiataria, mas não consigo mais usa-las.

Calça jeans rebola, chama, flerta. Calça jeans é realmente muito sexy e a invenção mais genial depois da pílula anticoncepcional. Se eu pudesse eu só compraria calça jeans.

O divertido é lembrar do modelão semi-bag e de cintura alta [agora retirada do baú pelo Hercovitch]. Eu achava o máximo e hoje quando vejo minhas fotos, eu desmaio diante do terror estético da época. Um dia desses eu experimentei uma cintua alta no
Herchcovitch. Linda! Mas como eu tenho forma de jacu [perna maior que o tronco] ela não ficou nada simpática no meu corpo. Ri muito enquanto olhava para o espelho. Desisti da compra, que seria realizada em memória aos meus passados 15 anos.

Aliás, eu acho que o
Herchcovitch faz calça jeans como ninguém. Sempre que estou enfiada em uma, alguém comenta de como fico bem na tal calça. Ele até saiu na Vogue americana de dezembro entre as calças jeans mais descoladas do planeta. O cara merece! A Diesel, Miss Sixty, Forum e a Levi´s também fazem calças jeans lindas, mas não tenho dinheiros para compra-las. Já as calça da Ellus não caem nada bem em mim.

Ontem teve um moço que achei bonitinho, mas ao perceber a calça jeans que ele usava, eu desisti de olha-lo, pois ontem a calça jeans fazia parte do meu critério de escolha. Divaguei muito sobre a calça jeans com o Seth e até os prazeres que ela já me proporcionou [que eu não ouso contar aqui]. Cada calça jeans do meu armário tem uma história boa para contar.

Não gosto das manchadas, não gosto das que tem bordados, das que tem boca larga, das que tem cintura normal em alguém que é jacu como eu [que só posso usar cintura baixa para parecer uma tradicional], das que parecem semi-bag, das claras demais.

A minha última aquisição foi uma justíssima, linda, cintura baixíssima, mas que é quase necessário passar manteiga para ela entrar. Dou aquela rebolada e ela sobe e fica perfeita. Não é pretensão, mas minha paixão por calça jeans faz com que elas quase sempre fiquem boas em mim. Nasci para a calça jeans.

Postado por Desiree às 3:06 AM | 6 comments



quarta-feira, fevereiro 22, 2006
usb vibrator [e tá virando festa]
Eu praticamente não tenho vida hoje. Pós-show é algo difícil de lidar. Frustração por ter acabado, por não ter mais que esperar. Felicidade incontida por ter curtido cada minuto, por ter conseguido ingresso, por conseguir ver o telão, por rever os amigos, por ver tanta gente linda, por ter história para contar, por trazer lembranças de exatos nove anos atrás quando o delírio foi num estádio branco, novo e do outro lado do oceano.

Hoje à minha volta todo mundo passou o dia ouvindo U2 ou Franz. Eu, ao contrário, fiquei viciada em "she wants revenge" e rebolei a tarde inteira.

Enquanto sonho com novos shows, com minha passagem aérea ida-volta para Porto Alegre parcelada em 12x para finalmente assistir New Order ao vivo [é, tá lá no site oficial da banda... e SP?], com um vibrador bluetooth, com um namoradinho descolado que não pegue no meu pé, com o carnaval numa praia paradísiaca e vazia, com uma garrafa de vinho tinto... eu me divirto com as minhas novas descobertas.

Depois de ter me divertido com o tal "bluetooth vibrator", agora foi a vez do vibrador com usb. Entendem por que eu gosto tanto de tecnologia? De informação ao prazer. Agora tenho no meu computador o "Pleasureware". O aparelhinho eu não tenho e nem sei quanto custa [nao tem essa informação no site], mas já sei que ele não está na minha lista de prioridade.

De qualquer maneira, só o "pleasureware" já é pura diversão. Você baixa o programinha e escolhe o tipo de "groove" que você quer ou cria um a sua maneira [parece um mixer]. Também é possível "jogar" online. O que me intriga é que essa tecnologia toda tá rolando na Inglaterra. Agora imagina se os ingleses gostassem de sexo ! Ou será que o lema é "do it for yourself"?

Eu estou quase inglesa.

Postado por Desiree às 11:35 PM | 6 comments



ainda sobre o palco
Desiree que é Desiree sobe no palco e faz bonito. Dá beijinho no Bono, não resiste e corre para dar um beijinho também no The Edge. Altera a pronúncia do nome para confundir a banda e ainda altera o repertório do show deliciando o público com um pouquinho de Desire. Quanto às tentativas de fotos com o celular, a gente não comenta, porque não era mesmo necessário.

Ainda estou sob o efeito da noite deliciosa que tive.

Postado por Desiree às 11:40 AM | 3 comments



terça-feira, fevereiro 21, 2006
U2 & a maldita inveja
Hoje tem noite vertiginosa. Estou ansiosa, pois achei que eu nem iria conseguir ir ver Franz & U2, já que rolou todo aquele stress para a compra de ingressos [e agora tem sobrando]. Como no meu i-Tunes não tem U2 [os cd´s estão todos empoeirados no meu quarto], eu estou me aquecendo com Franz, que é mais a minha cara hoje.

Ontem fiquei jogada no sofá com um dos homens da minha vida assistindo o show pela TV. Vibramos, nos emocionamos e ficamos lembrando dos shows mais toscos que já fomos. Não sei qual de nós dois foi campeão. Ele viu Double You, eu vi Poison. Acho que nos merecemos.

E agora vamos falar da moça que está tendo muito mais de 15 minutos de fama, a tal Katilce Miranda. O orkut da garota está bombando, fizeram uma comunidade detonando. Enfim, há algo pior que a inveja? O que importa se a garota é gorda? O que importa que ela está longe dos padrões de beleza? E se fosse uma loira linda e modelete? Achariam defeito também, pois dor de cotovelo dói demais. Sorte a dela que entre milhares foi a escolhida, que ganhou uma bitoca, que foi olhada, que teve seu momento.

Me choca muito essa inveja toda. O curioso é que são muitos mais homens metendo o pau do que a mulherada. Como uma garota colocou na comunidade: será que essas pessoas que estão falando mal tem tanta gente linda à sua volta e está tão dentro dos padrões de beleza.

Sorte a dela e azar o nosso que ficamos babando de inveja.

E eu, já sei que não vou subir no palco, que não vou ter meu orkut mostrado ao mundo, que não vou ser detonada, já que não vou conseguir chegar cedo e vou ficar num cantinho lá no fundão.

Postado por Desiree às 4:29 PM | 3 comments



segunda-feira, fevereiro 20, 2006
entrando numa furada
Tenho um enrosco que eu já sei que não vai dar em nada. Isso não me isenta de resguardar minhas emoções e me prender ao racional com unhas e dentes recitando três vezes ao espelho pelas manhãs "eu não vou me envolver, eu não vou me envolver, eu não vou me envolver". Não tenho esse auto-controle. Eu olho para o espelho e digo "eu não devo me envolver, eu não devo me envolver, eu não devo me envolver". E então passo a ignorar o espelho, os riscos e me jogo.
Claro que não funciona. Claro que tenho chances de me ferrar. Claro que sou assim, um tanto emocional demais.
Tenho uma certa inveja [branca] de pessoas que dividem tudo tão bem. Eu já acreditei que era boa nisso, mas me enganei. Eu me engano e finjo que tudo está sob controle, mas raramente está. Só fica sob controle se eu não tenho lá grandes interesses.
Nós mulheres temos a mania de auto-afirmar uma coisa, mas fazer totalmente diferente. Uma amiga andou batendo os pés dizendo que não estava apaixonada por um amigo, mas estava de quatro. Somente hoje é que assumiu totalmente sem graça de que está mesmo apaixonada pelo ser, que já demonstrou não querer muito além do que está rolando, mas assim como a maioria, ela faz uma leitura contrária de todos os sinais que ele tem dado. Eu também faço isso algumas vezes.
O meu ser em questão tem uma namorada, se diz apaixonado por ela, porém ela está longe, muito longe e há poucas possibilidades deles se encontrarem nos próximos meses. Eu caí do céu na hora certa e no lugar certo para esse ser [se é que vocês me entendem]. Ele também caiu, já que eu tenho tirado um ótimo proveito da situação.
No início ele tinha ficava com a consciência pesada, agora ele não resiste mais, não comenta mais, apenas aproveita. O ruim [para mim] é que lidamos de forma diferente com a situação. Independente de eu estar ou não envolvida, eu curto carinho, muito beijo na boca, essas coisas. Ele já cria uma barreira e não permite que eu a ultrapasse. Acorda de manhã e sai correndo, beija o menos possível [vive freando e isso é horrível].
Ao vê-lo trocando torpedos em plena balada eu fiquei tão mal-humorada que me dei conta do risco que ando correndo. É o coraçãozinho com batidas erradas alertando que é hora de puxar o freio também e claro, olhar mais em volta.
No início do ano eu apostei na França, mas voltei meu olhar ao norte, porque lá também tem tido sempre boas surpresas e o vento anda trazendo novidades. A França começa a me cansar um pouco.

Postado por Desiree às 6:07 PM | 2 comments



sexta-feira, fevereiro 17, 2006
como se desculpar de um flagrante
Uma das piores situações que alguém pode passar é ser flagrado de forma comprometedora. Eu já passei por isso e foi constragedor [como deve ser sempre]. Lá estava eu no maior rala e rola com um ex-namorado, quando o irmão dele entra no quarto sem ao menos bater na porta. Por que não trancamos? Sei lá, flagras sempre acontecem porque esquecemos de alguns cuidados básicos.

Hoje fiquei sabendo de uma amiga que foi flagrada pela mãe do namorado. A cena foi a mais tosca: os dois estavamo absortos num 69 quando a distinta senhora entrou no recinto, que além de estar abrigando a cena, deveria estar com o típico cheiro no ar. Será que ela sentiu da cozinha?

Os dois se enfiaram debaixo das cobertas, mas claro, não dá para disfarçar. A minha amiga ainda disse que olhou para a boca do namorado e estava naquele estado "lambendo os beiços".

Claro que agora ela vai dar um tempinho até voltar a casa dele. Uma outra amiga, que também ficou chocada com o flagrante, sugeriu pedir desculpas à sogra. Desculpas do que? Como a própria flagrada disse:

- Mando flores e um cartão dizendo "desculpas pelo boquete".

Postado por Desiree às 4:22 PM | 6 comments



dias orgásticos
Eu até gostaria de ver Rolling Stones novamente. Tenho ótimas lembranças da sua última passagem pelo Brasil. Segundona fria e molhada e eu nas mãos de cambistas. Sorte de última hora, a chuva afastou os menos animados e acabei saindo sem prejuízo e ainda com uma camiseta de brinde. Encarei a empreitada sozinha e depois, sem ter como voltar para casa, eu fui dormir no namorado embalada por "satisfaction".

Agora o rock está na moda mais do que nunca. O mundo curte rock, nossos pais curtem rock, os vizinhos curtem rock. O que um dia foi sinônimo de transgressão, hoje é unanimidade permeada por anseios.

Não vou para o Rio. Uma preguiça danada de encarar o provável aperto e até um medinho. Há um lado que queria muito estar no meio da bagunça, mas o lado velho não permite, assim como a conta bancária colabora para o lado preguiçoso.

Enquanto aqui no trabalho todos estão de malinhas prontas para o Rio, eu encaro uma ressaca a base de café e analgésicos para aliviar a enxaqueca. E fico embalada por "you could have is to much better" para aumentar a vibração que antecipa a chegada do Franz Ferdinand aqui pelos trópicos.

Depois de encarar o stress de achar que ficaria fora dessa, agora chovem ingressos por todos os lados. Quem dá mais? Até para amigos mais desavisados eu consegui ingresso de última hora pagando o preço dos justos: o da bilheteria. Amigos enviam emails perguntando se sei quem quer ingresso, mas claro, com reajuste astrônomico. Todo mundo querendo ganhar em cima do desespero alheio. Eu que pude comprar oito ingressos, comprei apenas cinco, pois não sei super faturar minhas vendas, talvez por isso eu seja uma pessoa tão falida.

Assim como amanhã será um sábado especial para muitos, terça será bem especial para outros muitos incluindo eu, que estou em polvorosa pela chance de cantar "Walk Away" e "Do you want to" com Alex Kapranos e morrer um pouquinho, já que dizem por aí que o orgasmo é uma pequena morte e show de rock de banda que gosto é sempre orgástico [que bom, assim eu libero o que está contido e dou um jeito na pele, já que chocolate não está dando conta].

E viva o rock´n roll!! Que o rock continue em alta e que venham muitas bandas abalar nossos corações moles e acabar com nossas cordas vocais.

Postado por Desiree às 2:47 PM | 1 comments



envelhecendo
Eu ando cheia de más intenções. Talvez eu até tenha nascido má intencionada e passado parte da vida disfarçando. Até o final da adolescência eu era pudica, cheia de preconceitos, ingênua e sempre que passava o caderninho de recordações no final do ano vinham mensagens que na interpretação soava como "que você continue essa pessoinha medíocre e ingênua".

Hoje eu estava de pernas para o ar na varanda, ouvindo Coldplay e lendo sobre a chegada da temida velhice. Eu que sou uma balzaquiana tenho de vez em quando terríveis medos de envelhecer. Às vezes me olho no espelho e me deparo com minhas linhas de expressão mais marcantes e fico desconsolada.

Depois passa, até porque em todos os outros quesitos eu me prefiro hoje. Ontem tive um almoço com amigas com quem eu trabalhei há um tempo atrás. Todas são casadas e mais velhas que eu. Enquanto eu desfio meus últimos afetos e desafetos, elas comentam suas crises conjugais. Sinto-me uma adolescente enquanto falo da minha vida agitada enquanto elas parecem preocupadas demais com o dia-a-dia.

E então eu concordo com a matéria que li que envelhecer é um processo diferente do que enxergamos. Fiquei boquiaberta com dona Elza Soares contando sobre sua vida. Que mulher é essa? Como questionou a repórter: de que planeta ela veio? Idosa, mas muito mais jovem do que muitas amigas que tenho [só para citar as que eu conheço], vaidosa, bonitona, festeira, viva. Deu até vontade de envelhecer. E como ela falou, nosso país é preconceituoso demais com a velhice. Por isso preciso ler matérias assim para sair do comum e enxergar com outros olhos a velhice. Temos alguns discursos prontos, mas na real tudo é diferente, ganha uma conotação negativa, nos deixa desconsolada.

Aí eu voltei ao banheiro e até achei minhas pequenas expressões simpáticas. Ri do meus cabelinhos curtos com presilhinhas coloridas, da boca torta pela anestesia dada pelo dentista no final do dia, os olhos curiosos, as pequenas espinhas que insistem ainda em aparecer na lateral do meu rosto esquerdo [só tenho espinha do lado esquerdo.... será alguma disfunção ou um sinal de que o lado esquerdo do meu corpo é prejudicado, incluindo o cérebro?].

Claro que depois do tapa na cara, eu resolvi brindar à minha idosa juventude e passei a noite dançando rock´n roll e claro, voltando às minhas más intenções que fez eu me divertir um bocado no último final de semana e brindar em dobro ontem.


--> ps: passem na minha delicatessen

Postado por Desiree às 2:15 PM | 1 comments



quarta-feira, fevereiro 15, 2006
bluetooth vibrator
Esticando o assunto do post anterior, hoje li no UOL que numa pesquisa no Canadá foi detectado que 82% dos jovens que responderam são praticantes de sexo virtual. Como eu cresci sem computador e o máximo da tecnologia presente na minha vida foi a chegada do video-cassete, eu "ainda" não sou uma praticante do ato, pois não dou conta. Prefiro as provocações.

Já quem nasceu com computador em casa e cresceu fazendo tudo no computador, o sexo é apenas mais uma atividade resolvida também através da tecnologia.

E falando em tecnologia, a descoberta do dia foi o "bluetooth vibrator", que eu não poderei ter porque o brinquedinho custa módicas 120 libras. A idéia é genial e acompanha a nossa evolução tecnológica. É assim: você compra o kit que vem acompanhado de um celular e as vibrações variam de acordo com a mensagem enviada. O site ainda complementa: você diz o que sente e o vibrador faz o resto.

O ideal deve ser receber mensagens longas, pois imagino que um mero "oi" deve provocar apenas um choquinho. Fico imaginando passar o dia com um brinquedinho desse. Estou trabalhando e de repente recebo um torpedo! O duro é se manter ilesa na cadeira e claro, manter a pose e não ficar virando os olhinhos em pleno expediente.


E pergunto o mesmo que a minha amiga "será que se a mensagem for escrita em maiúscula, a vibração será mais forte?'.

Postado por Desiree às 7:42 PM | 5 comments



sexta-feira, fevereiro 10, 2006
sexo virtual
Essa é a semana internacional do sexo virtual. Não sei se seria capaz, mas confesso, já fiz. Quer dizer, não fiz. Eu ficava escrevendo bobagens e animadinha com o que eu lia, mas só [não tinha ação, entende?]. Afinal as mãos estavam ocupadas com o teclado. Webcam nem pensar, porque eu não acho que sou boa na telinha. Até fiz curso de vídeo, mas não me saí bem, então para que insistir e quebrar qualquer encanto virtual, hein?

Hoje cheguei no trabalho e um amigo veio correndo contar para mim e para a minha vizinha de mesa sobre sua noite picante. Logo parei o que eu estava ouvindo para saber dos detalhes. No caso dele, ambos tinham webcam e tudo começou com a garota ameaçando levantar a blusa e de repente, uhuu... lá estava a telinha preenchida com o frontal avantajado da garota, que conforme a descrição dele estava tudo em cima.

Claro que ele se animou. E aí a história foi longe. O bom é que parece que sexo virtual demora mais do que sexo real. Muita provocação, preliminar, olhares, risinhos. Deve ser assim. Talvez eu crie coragem e experimente um dia. Quem sabe eu tiro meu ex-pretê holandês da geladeira e o presenteie com uma hot session?

Confesso que eu não teria coragem. Sei lá, já me vi em vídeo e achei tudo péssimo. A insegurança não permitiria. Certa vez eu o provoquei no msn. Nada de palavras diretas ou ação preliminar. Apenas entrelinhas. Era ótimo ver a expressão dele se alterando na telinha. Parou aí. Ninguém teve coragem de ir adiante. Ficar com vontade contida não é pra mim.

Até lembrei de uma crônica do Xico Sá em que ele aceitou fazer um teste [acho que era para a Trip] de transar com uma ovelha inflável. E não é que conseguiu e parece até que o negócio foi bom! É, noites solitárias existem, vontades incontidas também. Nada como ter uma válvula de escape para esses momentos. Eu preciso arrumar um.

E depois da história picante do meu amigo [ele contou para nós quase todos os detalhes], foi a vez de eu me surpreender com uma outra amiga. Ela também andou praticando tal ato através da telinha. E viva a banda larga!

Não sei se as coisas foram tão longe. No caso dela, ela teve mais sorte .Ele tinha webcam e ela não. Ele mostrou tudo e apenas ficou imaginando o que rolava do outro lado da telinha, enquanto [imagino eu] ela provavelmente contava detalhes de como estava. O rapaz ficou tão animado que disse que vai mandar uma webcam de presente para ela!
E viva pessoas que tem dinheiro para presentear as outras.

Vou tomar banho, porque depois de ter um dia recheado de histórias picantes, o clima esquentou e eu estou na fase em que parece que a lei é a abstinência. Coitada da minha pele.

Enquanto isso, do outro lado do trópico, um amigo me conta excitadíssimo que amanhã irá fotografar a bonita da Isabella Rossellini no Berlinale. É chique demais.

--> vcs viram que bonitinho meu ipod abaixo do meu profile? é só cilcar lá para saber o que eu ando ouvindo

Postado por Desiree às 10:48 PM | 3 comments



quinta-feira, fevereiro 09, 2006
segundo encontro
Raramente um "ficante" de balada ultrapassa a porta do local com você, a não ser que seja para ir parar no seu quarto e, provavelmente, sumir na seqüência. Alguns casos fogem à regra, você recebe um telefonema inesperado e então vem o [muitas vezes temido] segundo encontro.

Baladas são geralmente escuras, o que melhora a aparência de quem as frequenta. E ainda a intensa produção a qual nos entregamos para ficarmos mais "atraentes", porque como disse uma amiga, quem para a pista é porque alguma coisa quer, mesmo não assumindo nem para si mesma. O alcool dá o toque final e melhora ainda mais.

Resumindo: geralmente a pessoa com quem você fica muitas vezes não é a que você encontra no segundo encontro.

Segundo encontro é cada vez mais raro e gera uma certa expectativa. Eu tive alguns e apenas um vingou em namoro. O duro do segundo encontro é domar a nossa própria insegurança. Geralmente imaginamos ele [fisicamente] melhor do que é, o que faz a gente acreditar que ele também tem uma visão de uma pessoa que não é você [sempre achamos que ele tem uma lembrança melhor do que somos na verdade... isso sim é o nosso pocinho de insegurança].

Eu já fui para segundo encontros com as mais temíveis dúvidas. O que rendeu em namoro, eu tinha cismado que ele estava bem acima do peso, apesar de não acha-lo gordinho quando ficamos juntos, mas a camisa larga dele parecia esconder alguma coisa e escondia o que eu já imaginava, uma barriga não muito atrativa. Claro que isso não foi um empecilho para meu interesse se esvair no primeiro sorriso. Ao contrário, eu fiquei de quatro e me apaixonei. Armadilhas do coração, claro.

Tive uns encontros bem desastrosos. Uns em que eu pareci até mais do que o outro imaginou e outros em que eu era muito menos do que ele esperava. Em uns eu fugi do terceiro encontro, em outros eu acendi velinha para ele rolar e não rolou.

Uma amiga me contou que para ela o segundo encontro foi quase traumatizante. Ela estava bem nervosa com os pensamentos normais desse momento: e se ele não gostar de mim? Pois bem, assim que o encontrou, a primeira frase dele foi "nossa! como você é baixinha!".

Eu já tive todas as impressões possíveis do que acharam de mim no segundo encontro que eu falava demais, que eu era decidida demais, que eu era independente demais, que eu era feia demais, que eu era magra demais, que eu era legal demais.

Alguns valiam a pena, outros não. Hoje lendo a coluna da Antonia Pellegrino na TPM, eu concordo quando ela questiona se o amor saiu de moda. As pessoas estão mesmo cada vez com mais medo de se envolver, o que faz um segundo encontro ser cada vez mais raro. E eu romântica como sou, sofro um monte por causa desse nosso mundinho moderno & confuso.

Pergunta a um amigo, mas respondida por uma amiga:

- O que faz você fugir de alguém?

- Achar que a pessoa está se envolvendo comigo. - responde ela sem titubear

Postado por Desiree às 4:27 PM | 7 comments



terça-feira, fevereiro 07, 2006
matraca
Hoje fiquei brava porque um amigo que gosto muito andou falando mal de mim. O problema nem é falar mal, mas é falar mal de mim para um grande amigo meu, que aliás, foi eu que o apresentei. E além de falar mal de mim, acha que sou louca por ele. Pois bem, louca eu não sou. Louca sou de um dia ter cogitado a idéia de ficar com ele.

Ele é D, o tal "ex-pretê na roda". Diante da minha indignação pelos comentários tecidos por D., eu resolvi coloca-lo temporariamente na geladeira, o que representou deleta-lo das teias cibernéticas que nos ligavam. Claro que ele percebeu e perguntou se eu tinha batido a cabeça. Ignorei.

É isso, nunca deixe uma mulher furiosa, pois tendemos à vingança, mesmo que ela não seja necessariamente uma vingança clara. Depois, já no carro em direção à minha casa e com D na minha lixeirinha ciber, eu comentava indignada com a minha amiga o que D falou a meu respeito.

Ela concordou num ponto: como ele fala mal de mim para o meu amigo? É, esse foi o erro dele, porque como podemos falar tão mal do mundo o tempo inteiro?

Eu já fui uma pessoa mais bacana e ultimamente ando uma pecadora compulsiva. Talvez sejam as más influências, porque há fases que sou assim: altamente influenciável, em especial quando estou na tpm. E ando falando mal mais do que deveria [vários puxões de orelhas, por favor!]. Um hábito adquirido há pouco tempo, mas que tem me tornado uma pessoa detestável.

Obviamente eu não tinha sacado isso. Cá estou revendo esse meu ladinho "big brother" e me colocando na linha, senão eu corto alguns dos meus pequenos prazeres em vingança a mim mesma.

Homem fala mal das pessoas, mas num grau muito inferior às mulheres. Como podemos achar defeito em tudo, criar um problema em pequenas bobagens e achar desvio de caráter no mundo e achar que somos as únicas ótimas e perfeitas?

Pois bem: aqui está meu manifesto contra minha boca, que será daqui por diante mais generosa [ou muda] em relação ao mundo. Ah, e claro, hora de falar menos [também não é calar a boca para sempre], porque mulher que fala demais é muito chato e acho que muitos dizem por aí:

- Ela é legal, mas falaaaaaaaaaaaaaaaaaa que é uma coisa!

Já está na minha listinha básica de coisas que quero fazer e eu chego lá.

Postado por Desiree às 11:35 PM | 4 comments



dedos mágicos
Tenho alguns amigos gays, mas poucas amigas lésbicas. Estou acostumada a ouvir deles as histórias mais surreais do planeta, já em relação a elas para mim tudo parece muito velado. Geralmente elas não me contam nada e eu fico curiosa em saber como as coisas rolam.

Eis que vem uma confissão na mesa do almoço. Tudo começou numa festa que fomos num final de semana. Minha amiga estava animadinha e parecia um ventilador, tanto virava a cabeça para ver a mulherada que chegava. O tipo ideal apareceu, mas acompanhada e ela foi enchendo a cara o suficiente para ficar mais generosa na escolha.

A essas alturas, uma outra amiga que nem é do babado também virava copos e copos. Enquanto uma pulava, a outra ia caindo cadeira abaixo. Eu, mais sóbria do que nunca, me divertia com a situação. Fui dar umas voltinhas e quando voltei, me deparei com as duas se agarrando. Ri e não acreditei. Ela com ela? Ahn?

No dia seguinte fomos todos almoçar [com exceção da minha segunda amiga] e já chegamos colocando a primeira na parede:

- E aí, ela dormiu no seu apê?

- Claro que não. Me deixou lá e foi embora.

E então tirou o celular da primeira amiga da bolsa e pediu para eu devolver a ela.

- Ué, mas como ela esqueceu o celular com você se foi ela quem te deu carona?

Tempo vazio, comida na boca, chama o garçom, acende um cigarro, ri.

E os três olhando para ela esperando uma resposta.

- Ela dormiu lá.

- Ahhhhh - quase em coro!

- Mas conta, o que rolou?

- Não rolou nada. Ela chegou, deitamos e dormimos.

- Sei. Conta logo!

E a cada espremida, um detalhe vinha à tona. No final tinha rolado tudo e ela estava passada com a habilidade da nossa amiga que nem do babado é, mas foi a mais ativa que ela cruzou na vida, que a fez ver estrelinhas tão rapidamente, já que nossa amiga parece ser dona de dez dedos mágicos e sabe bem o que fazer com cada um deles.

Os detalhes foram pra lá de generosos e eu não ouso compartilhar. A dona dos dedos mágicos virou para minha amiga a "referência". De acordo com P a dona dos dedos mágicos é dez e P já anda sofrendo com as comparações que fez depois da intervenção da dona dos dedos mágicos na sua vida.

Até eu fiquei curiosa com tal habilidade!!! Afinal não é sempre que você ouve [ou conhece] alguém dizer que alguém tem dedos mágicos.

ps: meu blog sempre fica mais picante quando minha vida está no banho-maria

Postado por Desiree às 5:50 PM | 3 comments



segunda-feira, fevereiro 06, 2006
meus passeios virtuais
Há sites que fazem eu esquecer do tempo e me deliciam. Ao invés de ter um delicious, eu optei por uma delicatessen, que é um blog anexo [já estava na hora de ter um "puxadinho"] com os links que fazem a minha cabeça no dia-a-dia.

Ainda está nascendo.... mas todo dia terão destinos novos.

Postado por Desiree às 6:26 PM | 0 comments



domingo, fevereiro 05, 2006
madrugada picante... mas só no papo
Após um dia andando pra cima e pra baixo, eu arriei cedo na minha cama, mas claro, isso durou pouco, pois meu celular após às 21h de qualquer sábado assemelha-se a uma central telefônica. À 0h eu virava uma garrafa de vinho com um amigo enquanto assistíamos "Matrimônio à italiana" com os belíssimos Sophia Loren e Marcelo Mastroianni. Queria eu ter aqueles lábios carnudos e oferecidos da dona Loren.

Olho no espelho e parece que minha boca simplesmente sumiu após passar quase duas horas com a bocuda engolindo a tela da minha tv.

Depois chegaram outras pessoas e aí vieram outras e à 1h30 o grupo na minha sala já era outro. Éramos três balzaquianas e um amigo intruso. Claro que a essa hora da madrugada e embalados por um beck, o assunto era sexo.

Uma era a mais nova balzaquiana da roda, outra já tinha enfiado os dois pés na fase e a terceira caminha para a era da loba. Todas em plena forma, com os hormônios ululantes e se sentindo no auge dos seus vinte anos. O ouvinte da roda estava também na nossa faixa etária e dava vários pitacos na nossa conversa.

- É, sexo oral não dá para fazer na primeira.

- Eu também acho, mas olha, com o russo não deu para segurar. Ele chegou abrindo minhas pernas e me fez ver estrelas enquanto me devorava. Eu não ia mais vê-lo, então não deu para perder a oportunidade.

- Eu faço só a partir da terceira vez.

- Ai, eu nunca aguento esperar. Adoro. Vejo e já quero colocar a boca. Sabe, criança? É igual.- Há mais homens que não sabem fazer do que os que sabem fazer.

- Então eu dei mais sorte que você.

- Talvez você tenha feito menos sexo que eu.

- Eu prefiro que façam em mim a fazer nele.

- Ahhh... eu já prefiro mil vezes fazer!!!

- Sério?

- Sim... me dá um tesão danado. Você goza com sexo oral?

- Não. Pra mim é um caminho para chegar lá, mas tem que rolar o finalmente.

- É, eu também não consigo.

- Como não?? Eu tenho é que me segurar.

- Ah, quando eu fazia sexo oral na minha ex, eu sempre ficava cansado. Aí eu ficava com a língua dura e começava a mexer a cabeça. - fala o único homem da roda e mostra como era e todo mundo ri

- Credo! Jura que você fazia isso?

- É, ela olhava e dizia: você está cansado, né?

- Pra mim nada melhor que um 69.

- Jura? Eu não consigo. Não tenho coordenação motora. Ou faço. Ou recebo. As duas coisas ao mesmo tempo comigo não funciona.

- Como não?

- É, simplesmente não funciona.

- Qual é a posição mais fácil para fazer você gozar?

- Eu morro com a posição "indiozinho".

- Indiozinho? - os outros três que ouvem exclamam e é mostrado como é a tal posição

- Hahahahahahahaha... - os três riem - Mas é bom demais mesmo desse jeito. - concorda uma

- Eu gosto de costas, deitada e com o corpo suspenso.

- Como assim? Mostra.

E é feita a demonstração.

- Jura?

- Sim. E olha, tenho que me segurar, porque vem que vem, viu?

- Papai e mamãe eu acho um perigo.

Ninguém dá atenção a esse trecho.

- E odeio quando o cara já chega metendo a mão em tudo. Tem que ter muito beijo na boca.

- É, concordo. Mal te beija e já está enfiando a mão nos seus peitos.

- E aqueles que te dá um beijo e já leva sua mão para o pau dele?

- Ahhh... não dá! Não é assim que funciona.

- Olha, eu me masturbo desde os seis anos de idade. Fui transar pela primeira vez já com 20. E claro, não enfiava o dedo porque na santa inocência eu achava que ia perder a virgindade. Então imagina quando rolou? Não dá para chegar enfiando. Tem que ter um trabalhinho antes.

- É, eu só gozo se houver um estímulo. Tem que me tocar.

- Se eu estiver de costas nem precisa. É a única forma que eu consigo gozar sem ser tocada.

- Jura? Eu só consigo gozar se me tocam.

- E vocês não acham que quando chegamos aos 30 as coisas pioram?

- Com certeza. Eu estou muito pior. Quero muito mais do que antes. Esse papinho de que garota de 20 anos tem mais apetite é uma mentira.

- Eu também acho. Minha disposição hoje é muito maior do que quando eu tinha 20 anos.

- Eu prefiro os mais novos.

- Eu também. Eles tem mais disposição.

- Mas tem que ter qualidade, né? Chegar que nem coelhinho e mandar ver não dá.

E todas imitam um coelhinho e gargalham.

Placebo que estava tocando acaba. Hora de ir embora. Todos se despedem e se vão. Ficamos em duas na sala.

- Vem cá, quero contar o que rolou - diz minha amiga

Eu que ando numa abstinência de dar medo, não me sinto muito disposta para ouvir. O almoço já tinha sido recheado de picardias de uma amiga que terminou um namoro de muitos e muitos, mas muitos anos e foi passar dez dias no Rio. Aprontou até não querer mais. E eu apenas disse:

- Preciso viajar um pouco. Tudo rola quando não estamos na nossa cidade.

E enquanto minha traga seu cigarro, esboça um sorriso maroto e fica levemente vermelha, me conta sem muitos detalhes como foi sua primeira noite com meu ex-pretê. A descrição faz eu ter certeza de que não rolava mesmo química entre nós. Ela ainda arrisca:

- Jura que isso tudo não te chateia?

- Ai ai ai... já falei um montão de vezes que não. Quando nos beijamos, eu saquei que não tinha química. Então pra que tentar ir adiante?

- É, se não rola química não tem jeito. Comigo já rolou uma química legal.

- Então aproveita!! Boa noite...

E passei a noite sendo devorada pelo Bono Vox.

Postado por Desiree às 1:42 PM | 3 comments



sexta-feira, fevereiro 03, 2006
encalhada?
Eu tenho um sobrinho que é dez ano mais novo que eu e adora pegar no meu pé. No dia de boa moça lá fui eu visitar a família, me deliciar com a comidinha da mamãe, ficar jogada no sofá vendo novela e ainda tomar um chá com pãozinho francês [ah, francês!] antes de dormir acompanhada dos latidos dos cachorros.

Onde moro meu som noturno são buzinas, gritos e som alto. Sinto falta dos cachorros. Quando passei uma curta temporada em Londres, meu amigo que me abrigou disse que sentia saudades dos latidos noturnos, pois em Londres os cachorros não latiam. Comecei a reparar e durante o tempo que estive lá nunca ouvi um latido. Isso me deprimiu.

E lá estava eu folheando uma revista feminina e entrando numa crise histérica quando meu sobrinho resolveu abrir a boca e perguntar exatamente o que eu não queria responder:

- Tia [odeio quando ele me chama assim] você tá namorando?

- Não.

- Sei. Você não tem medo de ficar encalhada?

- Encalhada? Como assim?

- Sei lá. Talvez como suas primas. A maioria já chegou aos 40, estão mais chatas do que nunca e solteiras.

- Somos diferentes.

- Como? Todas solteiras. Você é apenas mais nova, mas o restante é tudo igual.

- Estou chata?

- Chata? Não, ainda não está chata, mas acho que tá cada vez mais teimosa. Deveria arrumar um namorado. Você sempre fica mais legal quando tá namorando.

- Não quero namorar agora.

- Não quer namorar ou ninguém quer namorar com você?

- Ai, que papo mais chato. Podemos falar de outra coisa?

- Vai começar o Big Brother. Vou pensar em algum amigo pra te apresentar.

- Vai tomar no c*.

É, não fui muito delicada no desfecho da minha conversa. Depois fiquei me perguntando o porquê de ter ficado tão irritada. No fundo a gente sempre quer alguém e quando esse alguém não aparece, a gente finge que está melhor sozinha. Esse papo de "dar um tempo para me curtir" é pura balela. Falamos isso para não afetar a nossa auto-estima.

Ficar sozinha tem suas vantagens e elas são até maiores do que estar com alguém, ainda mais alguém como eu que vive mudando de idéia, sempre quer fazer alguma coisa, não consegue se desgrudar dos amigos, adora festas. Todas as crises que tive no meu último namoro foram justamente relacionadas por esses motivos.

- Você não consegue viver sem seus amigos.

- Amo meus amigos.

- Acho que eles influenciam demais você.

- Você fala isso porque tem ciúmes dos meus amigos

E a briga começava.

- Estou numa fase de querer ficar mais em casa.

E então passávamos um mês sem sair à noite e eu quase enlouquecia até ouvir:

- Se você quer sair, vá. Eu não preciso ir junto.

E eu me perguntava o porquê de eu ceder a fase dele, afinal eu poderia sair com meus amigos. Eu tinha esquecido de mim! Malditas mulheres passivas que nos tornamos quando estamos de quatro por alguém.

- Hoje tem uma festa, vamos?

- Não to afim, mas vai lá.

- Hmmm... ok. Eu vou! Vai todo mundo e eu estou com saudades.

- Legal. Divirta-se.

E então o clima ia mudando aos pouquinhos. Ele ficava mal-humorado e alegava que não estava bem. Quando eu me dava conta eu estava virando a madrugada em casa com ele. Ou se eu ia, no dia seguinte o clima entre nós era insuportável, mas sempre alegando "o problema é comigo, não tem nada a ver com você".

Quando lembro disso tudo, eu chego à conclusão que é ótimo não ter que dar satisfação e não abrir mão das coisas que gosto.

Na contra-partida, é claro que eu queria ter alguém. Sei lá, sinto uma falta imensa de me apaixonar, de ouvir "eu te amo", de ter alguém para dormir abraçadinho, de fazer planos com alguém, de fazer surpresinhas para alguém, de fazer sexo regularmente [ok, não precisa namorar para isso, mas enfim... isso é outra história], de ficar debaixo das cobertas vendo dvd e comendo pipoca, de beijar alguém no cinema no final do filme, de alguém me ligar para dizer que está com saudades e quer me ver e outras coisinhas.

Se eu sinto medo de ficar sozinha? Sinto, por mais que eu cerre os dentes para assumir isso. Não sei como os homens se sentem em relação a isso, mas a maioria da mulherada que conheço tem medo e não assume [como eu costumo não assumir também].

E enquanto essa paixão avassaladora não bate na minha porta, eu continuo me divertindo com meus amigos e minha insanidade, que está numa fase ótima.

Postado por Desiree às 10:43 AM | 8 comments



quarta-feira, fevereiro 01, 2006
momento "mulherzinha"
Os melhores papos femininos rolam em institutos de beleza. Até veio a minha relapsa mente o filme "Instituto de beleza Vênus", um filme francês bacana estrelado pela queridinha Audrey Tatou dois anos antes de estourar como Amèlie Poulain, mas a história aqui é outra.

Como estou em dias tpmístico [mesmo sem estar na tpm, mas tenho que ter um motivo para justificar meu mal humor] eu resolvi me dar alguns mimos: uma sessão de massagem, manicure, pedicure e me atualizar com a Revista Caras.

Ir a um salão [odeio essa palavra] de beleza fazer pé/mão sem ver uma Contigo! ou uma Caras não tem a menor graça, afinal tem que ter um lugar para a gente se informar do universo das fofoquinhas, que convenhamos é fútil, mas faz parte da nossa natureza humana "feminina" querer saber tudo.

Enquanto uma cuidava dos pés e a outra das mãos, eu folheava a Caras e me inteirava das "notícias". Quando as duas mãos estavam sendo trabalhadas, eu parti para a atividade 2 de um salão de beleza: ouvir a conversa alheia. Uma delícia!

Eram quatro amigas e o papo era "aliança". Uma mostrava feliz da vida a aliança que ganhou:

- É modelo novo da Vivara. Não é linda?

- Da Vivara? Como você é chique! E que pedras são essas?

- Brilhantes.

- Brilhantes?

Pensei quanto deveria custar um brilhante. É caro? É barato? Eu nunca tive uma aliança e não uso nenhum acessório, por isso não entendo patavina de jóias.

Quer dizer, vou confessar: numa fase desalentada da minha vida eu me envolvi com um cara comprometido com uma moça que gostava de jóias. Ele dizia:

- Eu prefiro quando ela está de jeans, camiseta branca e keds, mas ela é tão patricinha.

- Keds? - como alguém pode gostar que alguém use keds [ok, isso faz tempo e acho que na época era moda. Eu nunca tive um keds]

- É. Ela fica tão bonita de keds.

- Eu odeio keds.

- Você é despojada. Ela poderia ser como você.

- Ué, se ela poderia ser como eu, porque ele estava comprometido com ela e não comigo. - eu pensava

E então ele me levava na Montecristo no Shopping Iguatemi para ajuda-lo a escolher uma jóia para ela. Eu vou para o céu. Além de me envolver com um rapaz comprometido, eu ainda o ajudava a escolher jóias para a tal noiva. Era muita cara de pau.

Ah, mas confesso: eu adorava!!! Achava o máximo vê-la usando algo que eu escolhi. É, foi uma história sacana que vivi na vida, porque se a gente não tem uma história sacana pra contar, não tem graça. E ela tinha que beijar meus pés, porque eu arrasava nas escolhas e neste caso eu não sentia a menor inveja, já que eu não gosto de jóias.

Saímos sempre felizes da vida da loja, eu carregando o presente e o vendedor achando que éramos um casal formidável e que eu era uma moça de muita sorte, já que passava por lá mais uma vez por mês.

E mesmo assim eu não sei quanto um brilhante custa. Não lembro se compramos brilhantes. Eu não me interessava pelas pedras ou pelo valor da jóia. Eu me interessava pela estética dela e nunca soube quanto ele pagou por qualquer jóia que eu tenha escolhido. E eu sei que sou daquelas que tudo que gosto é sempre o mais caro [por isso me ferro tanto nas minhas finanças]. O caso durou pouco, mas como éramos amigos, eu continuei escolhendo as jóias.

E a moça ali com a mão esticada mostrando sua aliança de brilhantes. Era uma aliança de compromisso. O cabelereiro soltou:

- Coitado! Você encoleirou mesmo, hein? - e todos riram

- Eu expliquei para ele que uma aliança não quer dizer nada. Eu queria
apenas uma aliança. E namoramos há três anos e eu achei que merecia uma. Não é linda? - e esticava o dedão e sorria satisfeita

As três amigas riam e falavam ao mesmo tempo.

- O meu namorado nunca vai me dar uma aliança. Se eu pedir uma aliança para ele, é capaz dele terminar o namoro. Já é provável que queira terminar comigo quando ver minhas unhas vermelhas.

- Não entendo como homem pode não gostar de unhas vermelhas. São lindas. - consolava a amiga

E a outra abria as mãos branquinhas e finas mostrando suas longas unhas vermelhas. Pensei em deixar as minhas vermelhas também, mas aí olhei e achei elas curtinhas demais para pinta-las de vermelho. Mãos pequenas, unhas pequenas. Gosto de mãos, mas tenho pânico que as minhas envelheçam. As mãos sempre entregam tudo!

Uma mais animada perguntou quando ela ficaria noiva. Ou seja, ela só queria uma aliança porque achava bonito, mas respondeu que em breve, afinal eram três anos de namoro, ela pediria uma aliança de noivado.

Às vezes nem eu entendo as mulheres. Ontem quando minha amiga desolada pelo aparente descaso de D [vide post "ex-pretê na roda"] confessou:

- Eu não entendo ele.

- Ué, mas como entende-lo se você vive dizendo que não se entende.

Isso sim eu não entendo. Eu me entendo tão pouco e acho que estou piorando. Acho muita pretensão querer entender as pessoas. A gente tenta, mas no fundo a gente não entende nada.

Agora vou enterrar a cabeça no travesseiro e voltar a Charles Bukowski, que tem sido minha companhia nessas noites solitárias.

--> ouvindo Bloc Party

Postado por Desiree às 10:32 PM | 4 comments



momento histérico
Tenho meus momentos histéricos, afinal quem está livre deles? Ontem enquanto folheava uma revista feminina e lia um artigo sobre feminilidade, eu me perguntei e noiei "sou feminina ou não?". Mandei um torpedo com a questão para meus dois melhores amigos, que costumam ser as pessoas mais sinceras possíveis [o problema está no "possíveis"].

Esperei na maior agonia e ninguem respondia. Eu os teria colocado num bico de sinuca? Longos minutos depois um deles me liga e já pergunta com um tom preocupado [era para responder e não perguntar]:

- Aconteceu alguma coisa?

- Claro que não. Apenas noiei.

A conversa transcorreu sobre todos os assuntos possíveis, inclusive sobre o Big Brother, que ambos assumiram estarem assistindo naquele momento, mas em nenhum momento minha feminilidade e meu charme foram incluídos na conversa.

Desliguei sem a resposta. Uma hora depois o segundo responde via SMS mesmo:

- Claro que sim!

Espero que ele não tenha mentido, pois a pergunta ainda martela hoje na minha cabeça, já que continuo em um momento histerico-inseguro-idiota-infantil. Antes de dormir ainda fiz as continhas para ver se eu estava na tpm, já que uma espinha despontava bem no meio da bochecha e a neura poderia ter alguma ligação com esse momento feminino altamente vulnerável. Não, mas no sonho eu menstruei o ano inteiro e mesmo assim a tpm irreal permanece impregnada em mim.

Hoje só vou ouvir Air, Arcade Fire e outras bandas fofas que não vão me exaltar.

O maior problema nesses momentos histéricos é que pensamos no ex que já esquecemos e ficamos imaginando o quanto seria bom estarmos juntos. Dá aquela vontade de ligar, mandar torpedo, dizer que está com saudades. E tudo isso parece tão real. O problema é que ele sempre sabia quando eu estava de tpm e pode desconfiar que tudo não passa de um mero momento vulnerável e histérico.

Agora me fale se não é a Björk cantando em "I´m sleeping in a submarine" do Arcade Fire? Eu queria tanto ter aquela voz infantil.

Estou naqueles dias que pedimos para o mundo fazer um pit stop para podermos tomar um pouquinho de ar e refrescar. No meu caso, eu queria uma taça de champagne.

Postado por Desiree às 12:26 PM | 5 comments