sábado, fevereiro 24, 2007
relação aberta funciona?
Há dias tenho divagado sobre relacionamento aberto. Uma amiga muito próxima mergulhou no meio de um, talvez sem querer ou talvez porque pareceu excitante demais.

Há não muito tempo atrás conheci alguém adepto de tal tipo de relação. Estava tão apaixonada que não titubeei em aceitar tal condição já que estava de quatro pelo rapaz. Logo no início eu aproveitei o acordo, mas me dei conta de que estava tão apaixonada que parecia impossível eu me interessar por alguém e aí "aquietei". Passou-se algum tempo e eu comecei a arrancar os cabelos, eu que não era a pessoa mais ciumenta comecei a ficar.

Lembro-me ainda quando ele optou por passar o reveillon por outros cantos e na volta eu não resisti em perguntar se ele tinha ficado com alguém e ele respondeu que sim. Ainda receosa eu perguntei se ele tinha transado com este alguém e ele disse que sim. Estremeci, mas não podia falar nada, já que tinha aceitado tais condições. Ele ainda disse que não mentiria para mim, que gostava era de mim e o que tinha rolado era meramente sexo.

Racionalmente a coisa toda até fazia sentido, mas emocionalmente não funcionava para mim. Dei-me conta do quão caretona eu sou. Depois de seis meses juntos, e eu prestes a abrir mão da relação, ele pediu para não termos mais um relacionamento aberto e pelo que sei, não ficamos com outras pessoas após este período até o namoro terminar.

Pensando muito friamente ter uma relação aberta é muito honesto, mas há tantas coisas intrínsecas no ser humano que é difícil colocar na prática, pois a maioria de nós é possessiva. Já ouvi histórias de que estar apenas com uma pessoa quando a ama é suficiente, já ouvi histórias de pessoas que ficar com outra pessoa quando se está com alguém que ama não é porque se ama menos. Desconfio que os homens lidam melhor com isso, pois dissociam bem sexo & sentimentos, a mulher tem uma facilidade maior de se envolver, pois somos mais sentimentalóides.

Claro que temos aí a mulher 2000 que é modernosa, independente e já quebrou esse paradigma há tempos. Eu achei que era uma, mas vi que sou mesmo de outra geração, muito mais bonachona, romântica e só falta mesmo acreditar no princípe encantado, que aliás, não vai chegar nunca, pois princípe encantado não tem defeitos, não tem fraquezas... é a perfeição e isso sabemos que não existe [ainda bem!].

Antes de começar este texto eu dei uma zapeada na web atrás de histórias e conceitos sobre relacionamento aberto. Li coisas curiosas, inclusive este depoimento que me surpreendeu. há também comunidades relacionadas no orkut, entre elas há Poliamor em que as pessoas defendem este tipo de relação, inclusive há um tópico muito interessante sobre religião x poliamor.

Para ela que está de fora da relação parece mais simples, mas muitas vezes ela se questiona como deve se sentir as pessoas que estão dentro da relação. Ele parece tranquilo e leva o assunto na flauta. Sem dramas, sem possessões, sem qualquer cobrança, mas também é bem cômodo. A segunda sabe da história e faz que não liga, mas eu sempre acho que as mulheres ligam, a não ser que ele já não signifique muito para ela.

A minha amiga, que já sabe as chances de se dar mal na história, afinal é a típica "mulherzinha", começa a traçar planos complexos de como sair fora dessa, mas já sente dificuldade logo no início da empreitada. Sabe que é sua caretice não permitiria ir longe nisso. Admiro quem encara e consegue ser tão despreendido a ponto de manter uma relação assim e ser feliz nela, mas ainda não conheci um.

E você, como vê essa história de relação aberta?

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Postado por Desiree às 10:50 PM | 21 comments



segunda-feira, fevereiro 12, 2007
papo de boteco
Hoje na hora do almoço junto com os detalhes do final de semana, as histórias ouvidas nos corredores, sofá da sala, café, boteco vieram juntas à tona. E claro, eu com meu radar atrás de um bom assunto para poder vir aqui tirar o pó, anotei tudo.

Quando eu tinha uns 16 anos fui traída pela minha melhor amiga. Eu estava no meu primeiro namoro e ela também. Saíamos sempre os 4 até eu descobrir que depois que cada um ficava na sua respectiva casa, meu namoradão voava para a casa da danada da minha amiga e se jogava nos braços da vadia, é, é assim que eu a chamei quando descobri. Afinal eu tinha 16 anos e isso era algo imperdoável para mim. Três meses depois estávamos novamente grudadas para cima e para baixo. Eu perdoava tão fácil quanto odiava alguém por instantes.

A história que ouvi hoje não foi muito diferente. Não houve ódio, mas talvez uma ressaca moral das partes. A moçoila da história que se sentiu atingida por outrém não teve o melhor dos comportamentos nos últimos meses, por isso ao mesmo tempo que se sentia chateada por saber que sua amiga estava saindo com seu último ex-caso [afinal ela fez questão de salientar que ele era apenas um caso, mas que ela gostava mais dele do que deveria e estava no momento numa fase murphyana - a tal força do pensamento neste caso - para conseguir cruzar com ele sem ao menos desejar um abraço mais caliente] sentia que merecia o que estava rolando.

A nossa moça da história após ter sido deixada de lado se lançou em comportamentos nada de boa família ou como manda o figurino e hoje olhou para o espelho e disse a si mesma depois de saber o que andava rolando com o cretino:

- Lembra-se que cresceu ouvindo "aqui faz, aqui paga"? Agora CHORA!

Dramático? Talvez! Ela estava mesmo arrependida de alguns atos que cometera e tomou a rasteira como lição. A que andou se jogando nos braços de seu ex-caso tentou uma aproximação, um bate papo, mas a preguiça da minha amiga não permitiu prosseguimento na tentativa de explicações, afinal o que se explica em momentos assim?

Na época em que eu levei uma rasteira da minha melhor amiga, o que mais me comoveu e fez com que eu voltasse a falar com ela meses depois, foi a sua sinceridade diante do fato:

- Eu não aguentei! Quando vi, estava acontecendo.

Simples assmi. Não existe o não querer. Ninguém faz o que não quer em casos como este. Faz porque sente tesão e aí só não pensamos com a cabeça debaixo porque não temos uma. E histórias acontecem, homens existem aos borbotões, mas muitas vezes os mais interessantes parecem ser os que andam tirando o sono de alguém que gostamos.

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Postado por Desiree às 11:49 PM | 3 comments



quinta-feira, fevereiro 08, 2007
a arte de dar [e levar] um fora
Levei um "pseudo" fora. Não foi exatamente um fora porque não tinha uma relação firmada com o sujeito. Fiquei triste, não porque estava apaixonada, mas porque levar fora sempre dá aquela revirada no ego. Depois disso fiquei discutindo com uma amiga quais eram os piores foras da nossa vida e começamos a fazer nossa listinha, que obviamente descobrimos que eram parecidas, afinal são poucos os criativos em tal arte.

*O problema não é você, sou eu: disso eu não tenho dúvida, afinal para chegar à conclusão de que você é um problema, quem sou eu para discutir?

* Estou em um momento profissional: como boa geminiana, eu não tenho a menor idéia de como é dividir em momentos. Quer dizer que se estou em um "momento coração" eu vou ter que parar de trabalhar?

* Você merece alguém melhor: como alguém pode saber melhor do que eu o que eu mereço? A gente sempre acredita que merecemos até mais do que merecemos, então se você foi capaz de enxergar que há alguém melhor ali na frente me esperando, libera logo para que outra não chegue à minha frente.

* Preciso de tempo para pensar: amoreco, se você precisa de tempo para pensar se é isso que você quer, assuma logo que não é. Quem quer, sabe o que quer.

* Acabei um namoro agora e preciso ficar um tempo sozinho: homens não sabem sair com alguém mais de uma vez sem considerar a hipótese de que o caso está virando namoro? Ou para o universo masculino somos mesmo um bando de neuróticas que a partir do 3º encontro já fazemos nossa listinha de cobranças e alteramos o status da relação para "namoro"?

* Você gosta de Caetano: essa eu achei original, mas pelo jeito o universo deste sujeito é bem restrito ou ele realmente tem uma relação traumática com o Caetano.

* Quero ser seu amigo: obrigada, por enquanto não estou preparada para uma relação que não envolva sexo com você, não vou me sentir bem se vê-lo aos beijos com outra, vou odiar você vir me contar sobre suas pretendentes. Quando eu conseguir enxergá-lo de maneira assexuada, eu te ligo e aí a gente vê se tem algo em comum o suficiente para sermos amigos.

Esses são os foras clássicos e dados sem qualquer imaginação. Talvez sejam falados desta maneira porque o que está dando o fora sinta-se em uma situação desagradável, não quer magoar a interlocutora, sempre acredita que ela está apaixonada. Homens muitas vezes são prepotentes.

Concordo que dar um fora em alguém não é algo simples, ficamos cheios de dedos e nunca sabemos por onde começar. Não há fórmula, mas acho que dizer a verdade é sempre bom, mesmo que ela não seja agradável. O que sinto é que quem dá um fora, muitas vezes quer deixar uma portinha aberta no caso de se arrepender e querer voltar atrás, acreditando que sempre estaremos disponíveis.

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Postado por Desiree às 11:29 AM | 11 comments



quinta-feira, fevereiro 01, 2007
a indecisão masculina
Tenho uma amiga que vai na contramão da maioria das mulheres que conheço. Desde que a conheço ela é daquelas que está sempre se esquivando de compromissos. Claro que isso não impede de que ela esteja sempre acompanhada.

Ela sempre teve um discurso, que para mim era furado, do porquê não querer namorar. Eu tinha minha tese pronta, mas ela negava qualquer acerto da minha parte. Ao contrário, ela desdenhava, já que eu sempre tinha uma paixão nova avassalando meu pobre coração.

Me surpreendi quando ela passou um mês saindo com o mesmo cara. De repente lá estava ela toda risonha, com os olhos brilhando, andando de mãozinhas dadas e o cara do outro lado fazendo planos de viagens juntos, falando de futuro e ela mesmo no seu pânico pelas coisas estarem ficando sérias, foi relaxando e dando espaço para as coisas acontecerem.

E funciona desse jeito, simples assim. Começamos a sair com alguém, bate aquela afinidade, nasce a cumplicidade, trocamos risadas e sem querer já fazemos planos para amanhã, para o final de semana, para a semana que vem, para o próximo mês. Quando nos damos conta, estamos comemorando os primeiros seis meses juntos, um ano e por aí vai. E claro, infelizmente a parte chata do pacote vem junto: cobranças e ciúmes.

Tudo poderia ser simples, mas raramente conseguimos fazer com que seja. E aí que lá estava a minha amiga atravessando esta primeira etapa e finalmente deixando as coisas acontecerem, curtindo um monte, pensando no presente de aniversário dele e eu animada do outro lado assistindo à sua evolução no campo amoroso.

Durou pouco, afinal o ser humano muitas vezes é boçal e tem um medo incrível de viver coisas boas. Quando tudo parecia bem e o pseudo-namorado ainda ligava todos os dias, queria vê-la toda hora, ela recebeu um email.

O email até começou fofo, divertido e aí logo na seqüência, como tudo bem arquitetado, veio o balde de água fria com um blá, blá, blá que pareceu interminável, porque é sempre assim "blá, blá, blá". Falta até criatividade no discurso, porque ele sempre é EXATAMENTE o mesmo. Pois bem, traduzindo o "blá, blá, blá" mesmo sem necessidade, o moço dizia que estava preocupadíssimo porque estava super envolvido, gostando um monte, querendo estar o tempo inteiro do lado e aí precisava de tempo para pensar.

Pensar no quê? Isso faz chegar à conclusão de que as pessoas sempre vão esperar que do outro lado haja alguém melhor ou mesmo não sabem assumir que não estão apaixonadas, que o esperado friozinho na barriga não está rolando, que as tais borboletas não surgiram.

Se o homem não está afim, por que ele cria todo um discurso para fazer a gente ter um fiozinho de esperança de que ainda pode rolar alguma coisa? É para deixar uma porta aberta e toda vez que as coisas estiverem devagar, ele poder pegar o telefone e ligar para ver se estamos afim de uma cervejinha e quem sabe um revival sob lençois? Então assuma logo que quer ser "trepê" e aí temos chance de saber se é isso que queremos ou não.

Claro que esta história toda levou minha amiga de volta à contramão, logo agora que ela estava tão animada em deixar aflorar o lado "mulherzinha". Por isso às vezes eu acho pessoas que não sabem ser transparentes, desprezíveis.

Postado por Desiree às 5:15 PM | 5 comments



testando o novo blogger
Acho que deu pau no novo blogger... vamos ver se agora rola, afinal tem um texto recém-saído do forno sobre homens que transam de meias! hehehehe

Postado por Desiree às 12:01 PM | 2 comments