domingo, fevereiro 05, 2006
madrugada picante... mas só no papo
Após um dia andando pra cima e pra baixo, eu arriei cedo na minha cama, mas claro, isso durou pouco, pois meu celular após às 21h de qualquer sábado assemelha-se a uma central telefônica. À 0h eu virava uma garrafa de vinho com um amigo enquanto assistíamos "Matrimônio à italiana" com os belíssimos Sophia Loren e Marcelo Mastroianni. Queria eu ter aqueles lábios carnudos e oferecidos da dona Loren.

Olho no espelho e parece que minha boca simplesmente sumiu após passar quase duas horas com a bocuda engolindo a tela da minha tv.

Depois chegaram outras pessoas e aí vieram outras e à 1h30 o grupo na minha sala já era outro. Éramos três balzaquianas e um amigo intruso. Claro que a essa hora da madrugada e embalados por um beck, o assunto era sexo.

Uma era a mais nova balzaquiana da roda, outra já tinha enfiado os dois pés na fase e a terceira caminha para a era da loba. Todas em plena forma, com os hormônios ululantes e se sentindo no auge dos seus vinte anos. O ouvinte da roda estava também na nossa faixa etária e dava vários pitacos na nossa conversa.

- É, sexo oral não dá para fazer na primeira.

- Eu também acho, mas olha, com o russo não deu para segurar. Ele chegou abrindo minhas pernas e me fez ver estrelas enquanto me devorava. Eu não ia mais vê-lo, então não deu para perder a oportunidade.

- Eu faço só a partir da terceira vez.

- Ai, eu nunca aguento esperar. Adoro. Vejo e já quero colocar a boca. Sabe, criança? É igual.- Há mais homens que não sabem fazer do que os que sabem fazer.

- Então eu dei mais sorte que você.

- Talvez você tenha feito menos sexo que eu.

- Eu prefiro que façam em mim a fazer nele.

- Ahhh... eu já prefiro mil vezes fazer!!!

- Sério?

- Sim... me dá um tesão danado. Você goza com sexo oral?

- Não. Pra mim é um caminho para chegar lá, mas tem que rolar o finalmente.

- É, eu também não consigo.

- Como não?? Eu tenho é que me segurar.

- Ah, quando eu fazia sexo oral na minha ex, eu sempre ficava cansado. Aí eu ficava com a língua dura e começava a mexer a cabeça. - fala o único homem da roda e mostra como era e todo mundo ri

- Credo! Jura que você fazia isso?

- É, ela olhava e dizia: você está cansado, né?

- Pra mim nada melhor que um 69.

- Jura? Eu não consigo. Não tenho coordenação motora. Ou faço. Ou recebo. As duas coisas ao mesmo tempo comigo não funciona.

- Como não?

- É, simplesmente não funciona.

- Qual é a posição mais fácil para fazer você gozar?

- Eu morro com a posição "indiozinho".

- Indiozinho? - os outros três que ouvem exclamam e é mostrado como é a tal posição

- Hahahahahahahaha... - os três riem - Mas é bom demais mesmo desse jeito. - concorda uma

- Eu gosto de costas, deitada e com o corpo suspenso.

- Como assim? Mostra.

E é feita a demonstração.

- Jura?

- Sim. E olha, tenho que me segurar, porque vem que vem, viu?

- Papai e mamãe eu acho um perigo.

Ninguém dá atenção a esse trecho.

- E odeio quando o cara já chega metendo a mão em tudo. Tem que ter muito beijo na boca.

- É, concordo. Mal te beija e já está enfiando a mão nos seus peitos.

- E aqueles que te dá um beijo e já leva sua mão para o pau dele?

- Ahhh... não dá! Não é assim que funciona.

- Olha, eu me masturbo desde os seis anos de idade. Fui transar pela primeira vez já com 20. E claro, não enfiava o dedo porque na santa inocência eu achava que ia perder a virgindade. Então imagina quando rolou? Não dá para chegar enfiando. Tem que ter um trabalhinho antes.

- É, eu só gozo se houver um estímulo. Tem que me tocar.

- Se eu estiver de costas nem precisa. É a única forma que eu consigo gozar sem ser tocada.

- Jura? Eu só consigo gozar se me tocam.

- E vocês não acham que quando chegamos aos 30 as coisas pioram?

- Com certeza. Eu estou muito pior. Quero muito mais do que antes. Esse papinho de que garota de 20 anos tem mais apetite é uma mentira.

- Eu também acho. Minha disposição hoje é muito maior do que quando eu tinha 20 anos.

- Eu prefiro os mais novos.

- Eu também. Eles tem mais disposição.

- Mas tem que ter qualidade, né? Chegar que nem coelhinho e mandar ver não dá.

E todas imitam um coelhinho e gargalham.

Placebo que estava tocando acaba. Hora de ir embora. Todos se despedem e se vão. Ficamos em duas na sala.

- Vem cá, quero contar o que rolou - diz minha amiga

Eu que ando numa abstinência de dar medo, não me sinto muito disposta para ouvir. O almoço já tinha sido recheado de picardias de uma amiga que terminou um namoro de muitos e muitos, mas muitos anos e foi passar dez dias no Rio. Aprontou até não querer mais. E eu apenas disse:

- Preciso viajar um pouco. Tudo rola quando não estamos na nossa cidade.

E enquanto minha traga seu cigarro, esboça um sorriso maroto e fica levemente vermelha, me conta sem muitos detalhes como foi sua primeira noite com meu ex-pretê. A descrição faz eu ter certeza de que não rolava mesmo química entre nós. Ela ainda arrisca:

- Jura que isso tudo não te chateia?

- Ai ai ai... já falei um montão de vezes que não. Quando nos beijamos, eu saquei que não tinha química. Então pra que tentar ir adiante?

- É, se não rola química não tem jeito. Comigo já rolou uma química legal.

- Então aproveita!! Boa noite...

E passei a noite sendo devorada pelo Bono Vox.

Postado por Desiree às 1:42 PM |



3 Comments:
Anonymous Anônimo escreveu...

Não é possível - ou vc tem uma memória muuuuuito boa ou vc grava essas conversas. Parece que eu estava lá.

7:26 PM  
Blogger Desiree escreveu...

não precisa ter memória boa, pois os comentários geralmente nesse tipo de conversa são sempre parecidos! hahahahaha

11:43 PM  
Anonymous Anônimo escreveu...

Desculpa cortar a sua onda, mas o Bono Vox, com sua Caetanidade Ney Matgrossense, não leva jeito de devorador não, viu? Mas essa roda de papo aí... animada, viu? Dá pra ilustrar como é o indiozinho?

12:01 AM  

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