segunda-feira, janeiro 16, 2006
a praia
O final de semana foi a delícia das delícias, em especial porque no meio dele F. me ligou com seu sotaque francês que me causa arrepios, mas que fez eu não entender quase nada que o rapaz falou. Sol, gente bonita, risadas, cerveja, corpos semi-nus, clima bom. Eu queria ir para a praia todo final de semana, mas meus compromissos já fazem uma nova viagem ser possível somente em fevereiro.

Eu estava com uma vergonha danada de tirar a roupa e me enfiar em um bíquini ínfimo, tanto que comprei dois novos um pouquinho maiores para dar uma disfarçada nas minhas formas. Sou magra, mas estou na fase imperfeição com a pele e com o culote que cisma em ficar ali para sempre. Quero malhar, mas morro de preguiça.

As pessoas dizem não reparar, mas pelos óculos escuros é possível ver os olhos do povo passeando pelo seu corpo. Praia é assim, ninguém passa em branco, mas o pior é o nosso olhar crítico sobre o nosso próprio corpo. Homem geralmente é mais desencanado [com eles mesmos], mas nós mulheres cismamos com qualquer mínima imperfeição.

A minha vida seria mais fácil com topless, porque tive que ficar driblando as ondas e de olho o tempo inteiro na parte superior do bíquini, pois a cada onda, era um pedacinho do tecido que ia para o lugar errado. Preferia não me preocupar com eles. Talvez eu me dê uma comissão de frente de presente neste ano. Acho bonito.
E os comentários que ouvi no final de semana:

- Dê você é menos magra do que parece quando está vestida. O corpo está ótimo.

- Nossa, é a primeira vez que te vejo sem qualquer produção. Que engraçado te ver assim.


- Tá branquinha mesmo, hein? - [só tinha gente loira na turma, eu era a única morena e mais branca e todas]

- Para que protetor 20? Desse jeito vai continuar tão branca quanto veio.

E após o retorno para São Paulo, a mãe de um amigo solta quando me vê:


- Ué, você não foi para a praia? Está mais branca que os meninos daqui de casa que não viajaram.

Ou seja, eu não passei mesmo incólume dessa vez. Na próxima eu apelo para um bronzeamento a jato e viajo me sentindo temperada no açafrão. Será que alguém vai reparar?

--> enquanto isso a tortura da possibilidade de não ver Franz Ferdinand continua

Postado por Desiree às 6:00 PM |



1 Comments:
Anonymous Anônimo escreveu...

legal como vc escreve. vim através da karla noara. um beijo

6:18 PM  

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