quarta-feira, dezembro 14, 2005
balanço 2005
Como de praxe, resolvi fazer um balanço de 2005 e cheguei à conclusão de que foi uma montanha-russa com loopings inacreditáveis, alguns excitantes e outros que foram puro momento de pânico.

Sobrevivi [como sempre, aliás]. No final constatei que estou fechando o ano com o coração vazio. Fazia tempo que isso não acontecia, pois namorei por alguns anos e a paixão durou mesmo após o fim e sempre fui emendando relações, o que fez meu querido coração não ter tempo para respirar. Talvez neste momento ele esteja deitado numa rede de perninhas para o ar. Coitado, ele também precisa de folga.

Comecei 2005 esmigalhada pelo fim de um namoro que eu apostei muito [e alto]. Lembro-me bem da virada, em que resolvi abrir as minhas portas da percepção, pular muitas ondas [pois as sete do ano anterior não deu conta dos pedidos], tirei minhas roupas no mar para tentar me livrar daquela mágoa que me deixava arrasada, virei uma garrafa de champagne, fiquei louca, voei e voltei para casa com um loiro a tiracolo, que fez eu me sentir um pouco mais viva.

Felizmente não houve bode pós-reveillon, que era um risco que eu corria. Um mês depois reatei o namoro com o ex e ficamos por algum tempo [muito pouco] em lua-de-mel. Nessa época a pele ficou ótima, o humor ficou nas alturas, o coração em ordem e na cama as coisas estavam razoáveis [já tinham sido melhores e cheguei a ser acusada de estar com ele apenas por causa do sexo... dahn?].

O fim chegou e de forma traumática. Apesar de ficar na rua da amargura, chorar compulsivamente, ouvir músicas tristes, cogitar suicídio, eu não fiquei trancada no quarto e foi aí que minhas aventuras e desventuras começaram.

Uma noite lá estava eu deprimida e cansada deste estado apático, então resolvi sair da concha, porque percebi que era melhor não dar vazão ao meu sofrimento. Tentei mata-lo a marteladas para não sobrar vestígios. Encontrei amigos, dancei e voltei para casa com JC a tiracolo. Dei aquela aliviada, mas que no dia seguinte transformou-se apenas em uma história engraçada. Ele ligou algumas vezes, quis me ver de novo, mas eu não estava afim. O cabelo dele me assustava!

Essa foi a abertura que eu necessitava para cair na gandaia, mas todas as investidas depois dessa naufragaram. Mantive a pose. Teve JP [como tiveram J´s na minha vida este ano] que sofria de ejaculação precoce; depois V que na hora H resolveu que era melhor não arriscar a amizade; DJ que ficou em cima, mas não fez absolutamente nada; JB que incentivou minhas investidas iniciais e depois me deletou sem ao menos ter feito algo comigo. Eu tinha entrado numa vida assexuada.

Cogitei que sexo era algo fora de moda e que a vida humana não corria riscos de extinção graças aos avanços da medicina e ao banco de esperma lotado. Ledo engano. Investidas em pessoas erradas.

E eu precisando extravasar. Numa noite reencontrei TH, um nova-yorkino quase meu número [se não fossem os sapatos caramelos de bico quadrado, eu casava] que mostrou que ainda haviam estrelas no céu, fez meus olhinhos virarem e ganhou nota dez. Talvez eu estava generosa demais, mas foi tudo muito bem feito.

Dei uma acalmada, tive umas recaídas pelo ex [e confesso: liguei e mandei emails] e deixei que a minha habilidade manual me satisfizesse por algum tempo.

Durou pouco... e já quase fechando o ano, eu realizei uma fantasia infantil e terminei uma noite com um rock-star. Tive uma noite maluca e inesquecível com um rock-star! Quem diria?! Antes disso o cd da banda não saía do meu cd-player, cantava todas as músicas, sonhava em ver um show ao vivo e de repente, lá estava eu entregue numa noite incomum [no meu mundinho, claro] gastando meu inglês exdrúxulo.

Alguns meses depois tive duas tentativas frustradas com F, que não rolou satisfatoriamente e então optamos [quer dizer, não tive muita escolha] por mudar o nível da relação para um [amizade]. E aí surgiu R, que me deixou de quatro, revirou minha cabeça e colocou um fim em qualquer resquício do ex que ainda restava em mim [tinha chorado pelo ex dois dias antes de R cruzar o meu caminho].

2005 foi um ano com algumas boas aventuras e ótimas histórias, que não teriam acontecido se meu namoro não tivesse acabado. Aí penso o que valeria mais a pena: continuar num relacionamento que não tinha muito para dar certo, mas ficar com o coração preenchido ou viver várias histórias [boas e ruins], ter experiências inusitadas e terminar o ano com o coração deitadinho numa rede, de óculos escuros e tomando água de coco?

Postado por Desiree às 7:33 PM |



2 Comments:
Anonymous Anônimo escreveu...

Você é a única pessoa que já ouvi falar que acha que ficar sozinha é férias para o coração. Jeito legal de ver a solidão que, erroneamente, muitas vezes é vista como uma palavra carregada de má sorte.

9:10 PM  
Anonymous Anônimo escreveu...

é um belo balanço, viu? não admira que seu coração esteja de pernas pro ar, tomando água de coco, pois pelo visto não demora a você arrumar atividades pra ele...

1:33 AM  

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