domingo, novembro 27, 2005
perfect night

Ontem o dia foi corrido como eu já esperava. Pela manhã me dei conta de que o vestido que eu separei para a festa não era adequado. Estava chovendo e frio. A festa seria num sítio no alto da serra, que já é bem mais frio do que aqui embaixo.

Um amigo, que há muito eu não via, veio me buscar. Insisti no vestido, mas troquei o sapato e optei por sandálias de plásticos e plataforma, assim não corria o risco de ver meu salto afundado na lama. Escolha acertada.

Lá fomos nós. Chegamos e o local já estava lotado. Ao meio-dia nos reunimos num jardim com bancos brancos, uma chuva muito fina e pessoas bem vestidas, mas tentando driblar seus saltos que insistiam em penetrar a terra molhada.

A festa era um a casamento do irmão de uma grande amiga. A cerimônia foi bem simples e sem grandes emoções. Logo eu que sempre me emociono em casamentos e me afundo em lágrimas. Dessa vez não soltei uma sequer. Até fiquei ansiosa para que terminasse logo, pois aquela chuva fina e minha fome estavam atrapalhando minha concentração.

Dançamos bastante. Tomei uma garrafa de champagne e belisquei um monte de salgadinhos deliciosos, enquanto me distraía com conversas fugazes. No final, um café para reanimar e só às 18h20 é que cheguei em casa, já bem sonolenta e preocupada em driblar o sono, pois uma das noites mais esperada do ano seria dali a algumas horas.

Tudo muito organizado e muita gente bonita. Bebi pouco, dancei bastante e me emocionei além da conta. Show da vida! Noite perfeita e com amigos perfeitos. Noite em que eu não precisei de mais nada além deles. Não pensei sequer nos meus amores desfeitos, na minha paixão não concretizada. Eu era só felicidade.

Alguns amigos me deixaram bodeada, mas nada como disfarçar e sumir na multidão. Eu não queria falar e eu só queria fechar os olhos e sentir aquela vibe maravilhosa que estava rolando. No último show a minha cabeça estava explodindo de dor, então não resisti em deixar uma pílula da felicidade [que eu nem estava precisando, mas sabia que disfarçaria meu cansaço e deixaria minha sensibilidade ainda mais à flor da pele] escorregar pela minha garganta.

Não demorou muito a fazer efeito. Primeiro bate aquela sensação de desconforto, que me deixa irritada e depois vem aquela sensação indescrítivel, que é capaz de fazer com que qualquer mazela que a aflige desaparecer. Mente vazia, sorriso nos lábios, boca calada e então aquela vontade louca de dançar, de deslizar as mãos pelo corpo e de sentir cada nota musical atravessar o ouvido e ficar. É tão mágico e não tô nem aí que seja artificial, porque para mim não é, eu só fico mais feliz [e disposta] do que já estou.

Se a noite estava mágica, ela ficou ainda mais. Saí de lá flutuante... em casa, ainda um pouco derretida, entrei no chuveiro e lá fiquei com a sensação da água penetrando nos meus poros, para então afundar a cabeça no travesseiro e dormir querendo mais.

Postado por Desiree às 3:02 PM |