sábado, março 04, 2006
pulando a cerca
Após um dia tentando recuperar a energia que tinha ficado em algum lugar que não eu, fui encarar uma sessão de cinema. Há tempos que eu ansiava por "Match Point", a nova investida do Woody Allen, um diretor esquizofrênico por quem eu tenho uma grande queda. O fato dele ter deixado de lado sua cidade querida [não é a primeira vez, mas NY sempre foi uma das principais personagens de seus filmes], Nova York, e partido para um suspense, me deixou ainda mais curiosa.

Lá fui eu cheia de expectativas me deleitar com a bonitinha Scarlett Johansson. Pois bem, digam o que quiserem, eu adorei o filme. Achei simplesmente genial. Minha amiga saiu do cinema reclamando do enredo, pois como alguém que ama tanto alguém pode fazer o que fez. Enfim... amor tem dessas coisas.

O filme pontua muito bem a culpa do adultério. A pior coisa que pode acontecer a alguém é estar com alguém e se interessar por outra pessoa. Pior ainda se essa outra pessoa corresponde ao seu interesse. Pior do que tudo é começar a ter uma história paralela. Há pessoas que lidam bem com isso. Eu acho muito difícil administrar duas histórias, ter que driblar uma delas e claro, se sentir culpado e não conseguir fazer nada a respeito.

Quando estamos com alguém e no percurso nos envolvemos com outra pessoa, obviamente o racional é: escolher um! Mas escolher muitas vezes é muito difícil, principalmente se você já tem toda uma história vivida com a outra pessoa e com essa segunda você não tem a menor idéia no que pode dar.

Assim como com a maioria das pessoas, isso já aconteceu comigo. Foi no meu primeiro namoro. Me apaixonei por um, mas amava o outro. Para mim eram relações distintas. Porém, a culpa me consumia e mesmo assim eu não consegui em nenhum momento tomar uma decisão. Para o outro lado tudo era cômodo, afinal ele também tinha alguém. Levei até onde deu, mas abri mão da paixão e voltei ao aconchego do meu namoro, porém a culpa já tinha me consumido de tal forma, que não consegui ir muito longe e logo acabou também.

Depois dessa experiência, que não foi nada boa, eu evitei dar vazão a interesses que surgem quando estou com alguém, afinal estar com alguém não nos exime de conhecer. E quando estamos com alguém, geralmente estamos mais felizes [e com a pele ótima] e isso faz com que fiquemos mais interessantes, portanto o mundo percebe a nossa presença. Afinal quantas vezes ouvimos "por que sempre que estou namorando chove gente na horta, quando estou sozinha, fico a ver navios?".

Eu só acho que se estamos com alguém e qualquer pessoa interessante que surge nos desperta algo, é hora de reavaliar se está valendo a pena a história que estamos vivendo, pois é tão fácil se acomodar numa relação e acreditar que está tudo ótimo, quando na verdade ela já acabou.

O homem lida muito melhor com este tipo de situação, já que consegue colocar em prática a frase "uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa", enquanto para mim tudo vira uma coisa só.

Postado por Desiree às 2:10 PM |



3 Comments:
Anonymous Anônimo escreveu...

Eu acho que pros meus semelhantes é ainda mais fácil acreditar que a outra relação será melhor do que a que estão no momento... por isso nada dura.

5:23 PM  
Anonymous Anônimo escreveu...

A paixão consome, o amor é consumito aon longo do tempo. No filme do Woody Allen que aon meu ver fala sobre a sorte, pontua muito bem isso. Depende muito do lado em que estamos e do quão sortudos somos e isso se aplica a tudo, desde o crime perfeito, até amar e ser amado. Cést la vie.

bjimm
angel
http://www.literatus.blogspot.com/

5:35 PM  
Anonymous Anônimo escreveu...

who knows where the cold wind blows. i ask myself but nobody knows am i a fool to believe in love !!
e as palavras ecoam no vento. mas responde uma coisa. só porque vc ama sorvete de chocolate nunca mais proveou sorvete de manga !!
me explica aqui este unisismo de sentimento.

10:44 PM  

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