segunda-feira, abril 17, 2006
idéias embaralhadas - a boemia
O final de semana foi um redemoinho de emoções. Quer dizer, foi um redemoinho de jogação na pista. Não nego que eu adoro dançar. Não nego que sou [quase] boêmia e até sorri satisfeita ao ver no livro "Desejo de Status" do Allain de Botton, que a boemia é uma das curas desse anseio.

Não sei se anseio por status. Talvez eu anseie por algumas facilidades, que são maiores caso a gente tenha algum status. Eu não tenho nenhum. O máximo que consegui é ser vip em alguns redutos paulistanos. Já é uma conquista, pois me livro de filas, não pago para entrar e muitas vezes posso ter alguém a tiracolo para usufruir dos mesmos benefícios. Os amigos adoram e agradecem.

Então se há alguma obscuridade em mim desejando tal status, ela será executada sem dó pela minha boemia, que aliás, anda também a ponto de me executar. Eu queria divagar um pouco sobre a noite e expectativas que elas nos causam, pois tantas coisas passam pela minha cabeça quando estou nela.

Eu já tentei me convencer que saio para ver amigos e dançar. Mentira! Eu saio para ver meus amigos, dançar e me esbarrar em alguém interessante. Claro que este último item eu raramente assumo e, talvez não assuma nem neste momento em que escrevo. Como disse uma amiga "quem vai para a pista é porque quer beijar".

Devem ter exceções, mas eu não conheço nenhuma. Também conheço pouquíssimas que assumem. Aprendi ao longo do tempo não fazer com que minhas noites sejam frustrantes caso eu não tropece no suposto princípe encantado [mesmo que ele dure apenas algumas horas - e cruza-lo também não é sempre que acontece].

Sem discursos de que não será na noite que iremos encontrar nosso princípe encantado. O que muda nas pessoas que encontramos na noite em relação às que encontramos em outras situações, é que ali todos tem a mesma intenção, ou seja, ficar no rala e rola. Gosto dos que curtem conversar. Eles costumam ser ótimos [e raros].

Um amigo disse que eu tenho o dom de me interessar pelos mais estranhos. Como já disse num post antigo, eu reparo na calça jeans e nos sapatos. São os dois itens que faz com que eu desclassifique meu pretendente depois da primeira investida: o rosto, que de alguma maneira chamou minha atenção. Na noite não se reconhece alguém pelo intelecto. O que conta no primeiro olhar é o rosto. Pode ser um sorriso, um olhar, mas começa no rosto.

Gosto dos magrelos, que tenham cortes de cabelo estranho, sorriso bonito e olhos expressivos. Não precisa ser bonito. Prefiro estilo. Como já confessei também, adoro um sotaque, mas esse item tem sido menos presente ultimamente, talvez porque eles ficaram em evidência demais e me cansaram.

Quando eu resolvi que seria maria-cumbica, mesmo sem nenhuma intenção de sair do país a não ser para passear, eles brotaram aos montes. Lá estava eu rodopiando pela pista quando era abordada por um sotaque estrangeiro. Depois de França e Alemanha disputando o primeiro lugar, eu voltei ao Brasil para refrescar um pouco.

Nem sempre temos sucesso, afinal somos pretensiosas e exigentes. Afinal para gastar algumas horas no meio de uma festa com alguém que acabou de conhecer, tem que valer a pena. Pareço uma adolescente, mas não é muito diferente com as minhas amigas que estão na mesma fase balzaquiana. Eu acho que cheguei atrasada e tal atraso pode ter se dado por eu ter ficado sete anos um, dois com outro e quase três com o último. Aí resolvi me divertir um pouco. Se nesse burburinho pintar alguém interessante, por que não? Se bem que o medo de segundo encontro só é superado pelo medo da morte e de falar em público.

Eu gosto de segundo encontro, mas nem sempre ele vale a pena, então como minha vida é atribulada, ele só vai rolar se valer a pena. Como dá para saber se vale a pena logo na primeira? Sexto sentido feminino. Pode falhar, mas é dele que me armo.

Encerrei o final de semana discutindo sobre o efeito do vinho com um amigo no msn, me divertindo num sex shop virtual e avaliando o efeito que a abstinência causa na minha pele.

Postado por Desiree às 6:13 PM |



5 Comments:
Anonymous Anônimo escreveu...

insert coin to play !!!

6:49 PM  
Anonymous Anônimo escreveu...

Eu não acho nenhum absurdo vc admitir q observa sapatos.. é uma das primeiras partes q eu olho em uma mulher. E com certeza é muito mais estranho para um homem, admitir isso.

Mas q um salto alto é deliciosamente sexy, ah isso n dá pra negar.

Por fim, qd tu falou de sotaque, eu já fiquei todo assanhado. Mas depois descobri q era internacional. N serve gaúcho, não? =)

6:07 PM  
Anonymous Anônimo escreveu...

Eu tenho grandes chances de virar Mario Galeão (se já não for né), mas não tem como esconder. Quero ir embora do Brasil, adoro falar línguas, gosto do tipo gringo.

11:57 AM  
Blogger Marco escreveu...

Gosto de ler os seus textos para conhecer um pouco o multiverso da mente feminina. E tenho aprendido muito. Vou tratar de caprichar nos sapatos daqui por diante. Um bom feriado e um ótimo final de semana.

12:55 PM  
Blogger André escreveu...

pra mim...a verdade é q nao existem mais akeles padroes de beleza. cada um repara em peculiarudades diferentes q chamam a atencao...
eu prefiro muitas vezes o 2o encontro do q o 1o!

1:56 PM  

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