sábado, novembro 26, 2005
duel

A semana foi turbulenta. O mês foi turbulento. O ano tem sido bem turbulento. Na quarta-feira eu tive vontade de sumir. Mudar de ares, conhecer gente nova, fazer coisas diferentes. Meu amigo R. disse que era fuga. E eu me perguntei do que eu poderia estar fugindo? Eu apenas queria relaxar e aqui está sendo impossível.

Eu insisto em driblar minha ansiedade e dar cabo nas minhas expectativas. Não sou boa nisso. Sonho. Espero. Idealizo. Claro que nada acontece. Nunca acontece. Preciso começar a pensar ao contrário. Na segunda-feira recebi um email. Daqueles emails que não dizem muito. Três linhas apenas. Como sou mais empolgada, escrevi umas trinta linhas, porém não houve resposta. Apenas hoje é que houve um sinal de vida e desanimador.

O lado bom é [ porque sempre tem um lado bom, afinal eu ando a poliana do bairro] que estou ótima! Hoje D. aparececeu. Os amigos também. Quando me dei conta, a casa estava cheia. Mal pude conversar com D., que pareceu um pouco chateado [pode ser pura pretensão minha] por eu tê-lo colocado temporariamente na geladeira. Agora sei como é. Também estou na geladeira. Abram a porta, pois quero derreter.

E decidi, amanhã eu derreto!

Antes, porém, tenho um daqueles compromissos sociais a cumprir. Quem, na santa sanidade, marca uma festa em pleno sábado às 10h? A moda agora é brunch. O duro foi escolher a roupa. Queria cortar os cabelos e não deu tempo. A franja está horrível. Fiz as unhas. Não fui à depilação e terei que apelar para o giletão, que ninguém merece, pois não terá jeito. Chegar num vestido lindo e debaixo dele tentar esconder pernas peludas, não dá! E lá vou eu sacrificar as minhas pernas queridas por algumas horas de glamour. É, porque a festa vai ser chique. Eu queria parecer recém-saída de um comercial da Níveal, mas não tem jeito, as olheiras andam insistentes.

A tiracolo, um velho pretê. Daqueles que não dá em nada. Você o conhece numa festa, conversa a noite inteira, ri junto e no final ele confessa que você foi a salvação dele, pois ele foi para lá por pura obrigação. E então o contato se resume à internet, porque tudo que tentam marcar dá errado. Passa-se um ano e esfria. Há umas semanas atrás eu o necontrei numa festa. Achei-o diferente e menos interessante. Talvez eu estivesse mais carente na época em que eu o conheci. Ou mudei. Sei lá. O jeito dele não tem nada a ver comigo.

E amanhã lá vamos nós dois bater cartão numa festa às 10h da manhã. Ele disse que vai do jeito que costuma sair. Fiquei com medo, pois na última vez que eu o encontrei, eu tive a impressão que ele estava de bata. Não gosto de batas. Eu falei que não sabia se a escolha do meu figurino estava muito dentro do padrão da festa. Ele falou "não se preocupe, você se veste muito bem". Hoje foi a segunda vez que ouvi isso. Eu não acho que me visto bem. Sou o ser mais básico da região. Talvez sejam os sapatos, se bem, que ultimamente, eu ando com os pés enfiados em tênis. Tão confortáveis e eu os neguei por tantos anos.

À noite tem show. E show daqueles imperdíveis em que todos seus amigos irão. Aí você tem quatro motivos para ir:

1) todo mundo vai e ficarão semanas comentando e fazendo você morrer de inveja por não ter ido
2) as pessoas mais bonitas e interessantes reunidas por metro quadrado
3) o melhor evento da noite de sábado
4) você ama as bandas

Ultimamente não dá para dispensar grandes eventos, pois se você deixa de ir em um, você fica algum tempo com a sensação de que esteve passeando em outro planeta, já que parece ser a única pessoa que não foi. Muita gente vai apenas por ir. O problema é a grana. Estou na fase de comprar tomates no cartão de crédito.

Acho que o sábado promete... e hora de estender roupa, pois essa vida de solteira e dura é isso. Você não sai na sexta à noite porque tem uma pilha de roupas para lavar e já está sem calcinhas para vestir.. O jeito é começar a lavá-las no banheiro e pendurá-las no vitrô. Se elas ainda fossem coloridas. Só uso calcinha preta.

E na semana que vem eu começo um mega checkup... decidi que em 2006 eu quero abalar estruturas humanas. Estou cada vez menos boazinha.

Postado por Desiree às 12:42 AM |