sexta-feira, novembro 04, 2005
fossa

Dandy Warhols e vinho, combinação perfeita para uma noite de fossa. Não queria que fosse assim, mas o cansaço físico misturado com emoções em frangalhos, faz com que nesses momentos não exista disfarces.

Fiz o que há tempos eu evitava fazer. Cacei lembranças, que deveriam ficar quase ausentes. Elas não somem. Por que tanta dificuldade em esmiuçar até desaparecer no ar essas lembranças que não mofam, mas se fazem presentes nos momentos mais complicados.

Ouvi o seu "alô" e na covardia de me revelar, eu apenas o deixei ouvir a música que eu estava ouvindo. Talvez ele desconfie [o que é mais provável] que tenha sido eu, pois não desligou o telefone. Não tive coragem de esboçar qualquer sinal de presença humana. Talvez a música na hora certa traduziu o que eu sentia.

Evito chorar, mas o vinho evidencia minha fragilidade, me desnuda, me deixa vulenerável. Evitei por tanto tempo o pensamento, as fantasias, as lembranças... e de repente, é como se tudo viesse à tona de uma só vez. O que restam são essas lágrimas que eu queria tanto conseguir evitar.

É incrível como o amor nos dilacera, como ele demora a se diluir. Não sei se existe amor para sempre, não sei se existe uma pessoa que é a tal pessoa da nossa vida, não sei se existe amor irreparável, não sei se existe pessoa inesquecível. Penso nele e tento descobrir o que tanto me segura nesse sentimento, que hoje me faz mal. Não sei. Apenas não sei.

Sei que hoje estou triste, sei que hoje eu queria tê-lo de volta, sei que hoje eu tô foda. Espero melhorar logo e acreditar que há outras pessoas tão especiais quanto.

Sou sentimental demais.

Postado por Desiree às 11:25 PM |