quinta-feira, agosto 11, 2005
eu e o Monte Olimpo - amigos inseparáveis

Quando começamos a ficar bem, algo externo vem e nos derruba. Eu tenho uma espinha que é quase do tamanho do meu nariz e bem no meio da bochecha. Justamente hoje, que é o dia em que eu me exponho numa pista de dança e pratico a arte do flerte.

Mesmo depois de ter dado um jeitinho nas minhas necessidades animais, meus hormônios continuam ululantes e me brindando com vulcões. Eu não tenho uma mera espinha, eu tenho o Monte Olimpo cravado ao lado do meu nariz, que a essas alturas parece nulo.

Felizmente não estou na tpm, mas mesmo assim não sei como ser uma femme fatale com o Monte Olimpo abaixo dos olhos. Esta semana fui [disfarçadamente] esnobada por Brian. Ah, homens! Fiz uma análise do que seria de mim se eu preferisse mulheres. Cheguei à conclusão que eu teria mais problemas, pois seriam duas tpm´s, duas histerias com monte olimpo, duas querendo discutir o relacionamento e ainda por cima, a falta de algo que para mim é muito importante numa relação: o lado fálico da coisa.

Sei que há maneiras de contornar isso, mas não me agrada. Acho as mulheres extremamente interessantes e envolventes, mas depois de tentar consumar uma relação com uma, eu me dei conta de que sou incapaz. Já divaguei sobre a minha paixão por pessoas, por isso acho totalmente possível eu me apaixonar por uma mulher. Talvez tenha faltado isso: paixão! Se eu me apaixonasse mesmo por uma, pode até ser que a história seria diferente e eu passaria por cima do que nos faz tão semelhantes.

Eu gosto das diferenças
homem x mulher que costumam atormentar nossas vidas. Acho que o charme é esse: a diferença. Gosto mesmo é do oposto e ter alguém parecido comigo ao meu lado, me enterraria no tédio.

Sei que não sou o ser mais fácil de conviver do planeta. Tenho manias, cutuco a unha do dedinho do pé, adoro ficar arrancando pelinhos do corpo com a pinça, uso máscara verde para o rosto, esqueço a calcinha molhada na ponta da banheira, ouço o mesmo cd por horas, canto desafinadamente, raramente termino o que eu começo, largo livro por todos os cantos da casa, encho o banheiro de revistas, guardo todos os cadernos de cultura dos jornais, sou compradora compulsiva de cremes, falo pelos cotovelos e há dias que apenas quero ficar sozinha [o que geralmente as pessoas não entendem], tenho chiliques se mexem nas minhas coisas, coleciono ingressos de cinema, gosto de ficar deitada de ponta cabeça, tenho tpm, choro atoa, varro a casa toda vez que estou sem fazer nada e outras coisinhas inconfessáveis.

E agora tento superar duas vezes o meu drama: o fato de estar de quatro por alguém que não me atrai fisicamente e o fato do homem por quem eu estou de quatro não me dar a mínima.

Postado por Desiree às 6:50 PM |