terça-feira, agosto 23, 2005
neuras femininas
Entrei numa fase assexuada. As espinhas continuam, inclusive o Monte Olimpo tem imperado imponente na minha bochecha branca. Um montinho vermelho asqueroso querendo dominar a área, a visibilidade ou qualquer bom senso estético.

Vi um episódio do Sex and the City, em que o namorado da Carrie termina com ela por um post-it. Eu tinha achado de muito mal gosto o final do meu namoro ter sido dado por email. Quando estamos com ódio de alguém, tal comportamento se justifica. Ele estava com ódio de mim. Assim pareceu quando, finalmente, topou tomar uma cerveja e colocar tudo em pratos limpos.

Acho curioso o quanto o amor & ódio andam lado a lado. Na pequena história da minha vida não houve ainda tal incidente. Nunca houve alguém que eu amasse e de repente, por circunstâncias diversas, passasse a odiar. Mesmo amigas que pisaram na bola [teve uma que eu descobri que ficava com meu namorado e me incentivou a terminar com ele e uma outra ficava com o cara que eu estava super afim e me incentivava a investir nele] ou moçoilos que não corresponderam dignamente aos meus mais nobres sentimentos.

Não gosto de finais trágicos. Nunca carreguei comigo síndrome de novela mexicana. Sempre preferi relações tranqüilas à relações turbulentas, mas o meu último namoro fugiu totalmente do meu escopo de relação perfeita, tanto que terminou tragicamente por email. Para mim isso é imperdoável.

Passamos parte da vida idealizando. Eu faço parte do grupo, mas geralmente consigo atender bem às minhas pretensões e acho que o fato de não ter conseguido isso nessa última história, ainda tem feito surgir cabelos brancos nesta cabecinha oca. Gosto de terminar os namoros e saber que lá na frente eu terei um bom amigo. Isso não é fácil, mas sempre rolou com o tempo, mas agora parece que o máximo que posso ter é cordialidade.

Será que ainda resta algum ódio nele em relação a mim? E por que eu me preocupo com isso? Não seria mais fácil eu tocar minha vida, abrir meu coração para alguém novo entrar e deixar esta história no passado? Ou será que ela insiste por eu estar numa fase sensível e isso acaba sendo uma válvula de escape dos meus problemas reais? Por que eu choro no chuveiro quando lembro dele e tenho vontade de ligar e dizer que gostaria de voltar? E por que tenho um lado racional que grita que essa relação não me faz bem? Por que eu sou tão confusa? Por que meu lado racional não consegue de maneira alguma se conciliar com meu emocional? Será que vou terminar sozinha? Por que sou tão neurótica? Por que estou pensando nessas coisas agora?

Sou simples e ao mesmo tempo complicada. Só não divido que é para não assustar. Disfarço e as pessoas nem sempre notam. Tenho aqui minha inseguranças horrendas e tento escondê-las da melhor maneira possível. Ultimamente elas andam ululantes e dando as caras em tudo quanto é canto. Isso é horrível, pois me deixa frágil.

E não há coração batendo mais forte por ninguém. Não vi mais o Brian e tudo esfriou. Tenho até um presentinho tolo comprado para ele. Adoro dar presentes para pessoas que me despertam algo. Viro papai noel. Agora estou aqui com o presentinho pensando no que fazer. Dou a ele como símbolo de uma amizade bacana que pode rolar? Ou dou para o amigo mais próximo que eu sei que vai amar este presentinho?

Estou parecendo aquela propaganda horrível do Unibanco: cheia de pontos de interrogações espalhados à minha volta. E queria tanto ter alguém me despertando todas as minhas más intenções. Humpf, que fase mais bege que eu entrei.

Postado por Desiree às 12:16 PM |