segunda-feira, agosto 08, 2005
acontecendo coisas

Entrei numa fase emocional de muita agitação. Nesta última semana eu não segui à risca meus planos de sair pouco, colocar a leitura em dia, terminar a sexta temporada do Sex and the City, que cada vez mais tem a ver comigo. Ontem eu parecia a Carrie, quando [na quinta temporada] foi à Califórnia com o objetivo de transar com o Big e sair da seca em que se encontrava.

Pois bem, eu estava numa fase virginal e minhas vontades iam contra meu lado romântico. Às vezes é assim, temos necessidades físicas e precisamos de um empurrãozinho para dar vazão a elas. Saí na quinta, sexta, sábado e domingo. Bebi pouco, é verdade, mas dancei bastante, falei muito, ri, ri, ri e conheci gente nova [como sempre acontece nas minhas andanças por aí].

Na sexta eu me dei conta de que ando um tanto interessada num ser que nada ter a ver com minhas idealizações. Descobri que, geralmente, elas naufragam mesmo. Há tempos que eu não me sentia tão instigada e pensando naquele alguém ao afundar minha cabeça no travesseiro. Apaixonei-me por palavras, assim como nos apaixonamos por pessoas que nos escrevem diariamente, mas que nunca vemos. Uma paixão intelectual, talvez. Porém, para mim [assim como para o resto da humanidade] não tem jeito: tem que rolar uma química. O que eu descobri, também tardiamente, é que algumas coisas ultrapassam outras facilmente. Um tanto estranho para um ser estético como eu.

Nada me instiga como palavras, como provocações verbalizadas de forma sutil... quando me dou conta, estou assim de quatro. E claro, fico desbaratinada no meu próprio desvairio. Tenho que me reinventar para quebrar meus próprios tabus. E, de repente, aqueles que tanto me interessavam não passam de "bobinhos" e suas provocações ficam somente no campo físico, que não é o que mais instiga. O que instiga é o todo, mas o todo, por vezes, parece tão inalcansável.

Enquanto isso não se resolve para mim, eu continuo nos meus flertes por aí e com a má intenção de dar cabo às minhas espinhas, que são nada mais, nada menos que meus hormônios se rebelando e pedindo para eu dar um jeito.

De todas as noitadas, a de quinta e sábado foram as mais agitadas. Na quinta-feira eu estava em polvorosa, mas fiquei presa às palavras do ser que anda me instigando. O bom nisso é que meus fantasmas dormem. No sábado eu encontrei muita gente na festinha que fui e já no final da madrugada eu resolvi dar atenção a um nova-yorkino que eu tinha conhecido na noite de quinta. Não demorou muito para eu ceder aos seus lábios frenéticos. Beijamos, rimos, falei pelos cotovelos, bebemos e então, eu resolvi leva-lo para casa. Surpreendo-me ainda quando tomo tais decisões. Mas ah, depois de algumas tentativas frustradas e o espelho denunciando escancaradamente a minha abstinência, eu resolvi deixar meus bons modos de lado e partir para o ataque. Valeu a pena, pois as horas que vieram em seguida foram ótimas.

Tudo começou por volta das 5h e às 6h45 mais ou menos, ele partia rumo a casa que o abrigava temporariamente nesta cidade. Deixei-o num táxi e voltei a tal festinha para reencontrar meus amigos. O sol já nascia e eu disfarçava as olheiras atrás do meu enorme óculos de sol. Notaram logo que a roupa era outra, mas apenas respondi com um sorriso denunciador de que eu tinha aproveitado bem aquelas horas que tive ausente.

No fundo, uma pequena frustração, porque eu queria mesmo era ver o Brian, que é o ser que me provoca com suas palavras bem colocadas, suas ironias e além de tudo, seu aparente descaso comigo. Eu não vi, mas ele me viu. E viu com o tal nova-yorkino a tiracolo.

Estava dançando e já re-integrada com meus amigos na pista, quando o celular toca. Era o tal nova-yorkino que não tinha conseguido entrar na casa onde está passando as férias, então fiz um esforço, saí à francesa e o levei de volta para a minha casa e a última coisa que fiz, foi descansar. O que me anima nos moçoilos mais jovens, é que eles tem uma energia do além. Eles não param e viram a gente do avesso. É uma disposição, uma entrega que me deixa sem fôlego, mas claro, faz eu ir até o fim.

Saímos de casa por volta do meio-dia, tomamos um café e eu o levei para a casa. Sou uma pessoa bondosa e ele estava meio perdido na cidade. Agora tenho um lugar para passar uns dias em Manhattan e algumas espinhas a menos.

O jeito é me dar esta semana de folga e tentar relaxar, porque começo a ficar tensa [ou ansiosa] demais.

Postado por Desiree às 3:18 PM |