quinta-feira, julho 14, 2005
Meus encontros e desencontros

Às vezes o desânimo se abate contra mim impiedosamente. Ontem foi um dia. Na hora do almoço eu aproveitei umas liquidações e fui fazer umas comprinhas para ver se a alegria voltava a reinar no meu dia. Com sacolas, dinheiro a menos na conta, eu já sorria por ter disfarçado de alguma forma minha carência.

Não sou fã de chocolate, o que não é um bom negócio quando se está carente, já que ele é capaz de disfarçar algumas vontades. Cheguei em casa com dor de cabeça. Casa vazia, fria, escura. Os planos eram um jantarzinho básico, tv e cama. Não deu certo.

Estava no banheiro quando o telefone tocou. Por que levamos ao celular até quando vamos ao banheiro? Atendi. Era o ser da última quinta-feira. Conversamos e acabamos combinando de ir ao cinema para uma sessão que começava em 50 minutos.

Deu tempo de tomar um banho, mas não deu tempo de ingerir uma aspirina. Voei e cheguei no cinema ofegante. Não sabia muito bem como ele era, mesmo tendo-o beijado [estava escuro]. Não era alto, não era muito meu tipo, mas tinha algo fofo nele que chamou minha atenção na
primeira vez que vi. Não era feio. Não era bonito. E [incrivelmente] tinha mais ou menos a minha idade.

Quando eu tinha 20 anos, eu gostava mesmo dos mais velhos, porém ao ficar mais velha, eu passei a querer os mais novos. Vá entender. E ultimamente os que se aproximam raramente tem idade superior a 25. Sair com um de 30 foi realmente uma surpresa [boa].

O problema é que eu falo demais. Isso é um defeito que eu já tentei [muito inutilmente] melhorar. Falei pelos cotovelos e devo ter sufocado o meu pretê. Acho que deixei-o zonzo. Durante o filme ele tentou uma aproximação. Pernas encostando, braços, mão que sem querer
tocava na outra e de vez em quando eu percebia que ele estava me olhando. Cinema nem sempre é uma programação ideal quando você quer conhecer alguém melhor. Eu simplesmente não consigo tirar os olhos da tela, a não ser que o filme seja um grande fiasco.

Não dei a menor atenção a ele durante o filme. Quer dizer, em alguns momentos cochichamos, mas sempre sobre o filme. Na saída ele mencionou uma frase que eu citei no dia que eu o conheci, o que eu gostei [denotou que ele é atencioso]. E neste segundo encontro ele pareceu
mais interessante, pois na primeira vez eu tive a visão de um pinguim. Ele parece ter muito frio, pois estava com um casaco enorme no meio de uma festa, na qual eu estava de top. Ontem, idem! Ele estava com muitas blusas e eu apenas uma jaqueta jeans, camiseta e cachecol.

O encontro foi um fiasco. Falei demais e acho que preciso urgentemente fazer um curso de reeducação oral [oralmente falando, as coisas só estão funcionando lá embaixo]. Ele ainda me acompanhou até a frente da minha casa e aí ficou aquele clima estranho e agora, o que fazemos?
Convidei-o para entrar, mas ele não aceitou. Sorri, dei um beijo no rosto dele e dei tchau. Ele se foi. Voltou, me puxou e deu um beijo na minha boca, virou e foi embora.

Fiquei meio atônita com a forma como ele me beijou [será que era hmmm... já que vim até aqui, pelo menos um beijo para compensar].

Enquanto seguia para dentro de casa, o celular tocou novamente, desta vez um amigo super animado dizendo que estava indo na minha casa me buscar para ir no bar que ele estava. Não aceitei o convite, afundei na cama e dormi. Meu amigo não acreditou!

No final da semana passada, o meu amigo [o que me provocou e me deixou na mão] disse que me acha super poderosa. Não sei se sou super poderosa ou mesmo se sou poderosa. Talvez eu seja comum demais. Talvez eu não seja bonita o suficiente. Homem é tão estético. Mulher é mais
generosa. Gosto dos bonitos. Tenho meu lado plástico. Porém, a beleza é um item que não está em primeiro lugar. O que eu gosto mesmo é de um homem estiloso, charmoso e que tenha bom gosto. E se for bonito, melhor ainda. Homem bonito ao lado sempre levanta a auto-estima. Como
sou fútil [e honesta].

Fazendo um balanço dos meus últimos encontros, eu posso afirmar que há algo errado. Comigo ou com eles. Mas há. Será que sou de fato uma mulher poderosa e os homens tem medo de mim? Ou sou comum demais e eles deixam de ver graça no segundo encontro? Talvez eu precise rever os meus conceitos e controlar a minha ansiedade. Não sei se tenho conhecido homens que realmente tem me interessado ou se estou carente demais e assim acho todos interessantes.

Vou parar de beber.

Postado por Desiree às 12:44 PM |



1 Comments:
Anonymous Anônimo escreveu...

Juliana, o problema não é você, e sim os caras que você sai ou tem amizade, pois muitas vezes eles não fazem ou não falam algo que toda mulher gostaria de ouvir. A maioria dos homens de hoje não sabem muitas vezes agradar uma mulher, e muito menos fazerem elas se sentirem como tal.Uma mulher gosta de sentir segura diante de um homem, o homem tem que elogiar tudo o que a mulher é. Você não fala demais, isto não é defeito, são eles que não sabem se expressar e nem falar, pois hoje em dia a maioria dos homens estão com medo das mulheres, pois vocês se tornaram mais atuantes e inteligentes do que nós. A rapaziada está com medo das mulheres, pois vocês agora mostraram para nós que o poder de vocês mulheres e maior do que nós. heliovicedafo@ig.com.br

11:22 AM  

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