segunda-feira, julho 11, 2005
No sex and the city

Vivo numa cidade grande e movimentada. Estou sempre cercada de amigos, badalando em festas, conhecendo gente nova, indo ao cinema... resumindo: estou sempre em movimento constante e cercada por pessoas.

Há alguns meses atrás terminei (ou terminaram comigo) um namoro de dois anos. Era um namoro que vivia constantemente em altos e baixos, mas era bom. Eu acreditava que ele era o homem da minha vida e ele acreditava que eu era a mulher da vida dele. O problema é que quando estávamos juntos toda essa badalação que rola solta à minha volta, sumia. Ele preferia ficar a sós comigo e preferencialmente em casa. Isso me irritava um pouco, pois eu achava que estava sempre perdendo alguma coisa.

Na cama nossa relação era orgástica e onde melhor funcionava. Sempre trazíamos nossas fantasias para ela e nos divertíamos muito. De uns tempos para cá ele estava envolvido com tantos problemas que o sexo parou de funcionar. Quer dizer, não havia sexo, pois não havia cabeça para isso. Eu ficava frustrada, mas tentava entendê-lo. Claro que minha auto-estima ficou abalada, pois eu achava que ele não tinha mais tesão por mim, mas ele negava veemente. E claro, provava que eu estava enganada.

Quando nosso namoro terminou, fazia um mês mais ou menos que eu não transava. Minha pele gritava denunciando a falta de sexo na minha vida. Quando constatei que realmente não tinha volta, eu para afogar as mágoas saí para dançar decidida a encontrar alguém. Que coisa péssima! Me senti num dia de caça e chegando lá eu relaxei e decidi que iria curtir os amigos que por acaso encontrei.

Ter amigos gays é sempre uma via de duas mãos. Às vezes funciona, às vezes não. Como estava carente, dois amigos resolveram me beijar e até me causaram uma felicidade instantânea. Eu lá no meio daquele monte de gente beijando dois homens lindos.

Foi quando reparei num cara bem estranho dançando próximo a mim. Comecei a flertar. Trocamos sorrisos, olhares e minutos depois estávamos dançando juntos. Ele até era bonito, mas totalmente estranho. Quase freak. Mas eu gostei justamente disso, apesar que o cabelo dele me incomodava bastante.

Demorou um pouco, mas acabamos nos beijando. Depois de algum tempo juntos e com as coisas esquentando, eu resolvi dar um jeitinho naquele desejo inflado que andava me consumindo. Não é apenas o homem que tem necessidade de sexo, nós mulheres também temos. Convidei-o para ir comigo para casa e lá fomos nós rumo a consumação carnal dos fatos.

Foi divertido, mas rápido. O corpo era bonito e ele sabia como fazer as coisas. Não foi um encontro orgástico. Aliás, cheguei a conclusão que orgasmos só rolam quando estou apaixonada, mesmo que seja por mim.

Essa foi a última vez que tive uma relação sexual na minha vida. Depois disso só tentativas frustrantes. Transar não é mais uma tarefa fácil. Não sei se é a idade, não sei se realmente estou com a auto-estima afetada a ponto de deixar isso estampado na testa, mas as poucas tentativas que rolaram nesses últimos meses foram frustrantes.

Estou cheia de espinhas, morrendo de tesão e louca por um casinho. O moço do cabelo estranho está disponível, mas não sei, não tive vontade de revê-lo a não ser em momentos de quase desespero.

Fui a uma festa há algumas semanas atrás. Bebi além da conta, tomei ecstasy e fiquei muito louca. No final da festa eu reparei num cara lindo, dono de olhos azuis brilhantes, que já tinha ficado com metade da festa. Agora era a minha vez! Quando vi estávamos nos beijando e logo em seguida, ele ciente da minha loucura, levou-me para um lugar “discreto” (na festa mesmo). Ficamos no maior auê, mas não rolou nada, pois o rapaz sofria de ejaculação precoce.

Fui embora desalentada. Quando estava chegando em casa, me dei conta de que o rapaz estava em frente ao meu prédio. Acabei levando-o para o meu quarto. Ficamos no maior amasso, mãos pra cá, mãos pra lá, beijos, língua. Quando finalmente ele foi colocar a camisinha, ele gozou! Fiquei passada. Olhei incrédula e respondi a ele o mesmo que ele falou para mim “não acredito”.

Coloquei-o para fora e fui dormir. Achei que houvesse algo errado comigo. Afundei a cabeça no travesseiro e ao tira-la, uma enxaqueca dominava a minha vida. Tarde de ressaca e domingo jogado fora. Odeio quando jogo um dia fora.

Depois dessa tentativa frustrada, um amigo com quem eu já tive um casinho, ficou em casa me atiçando. Eu já tinha prometido a mim que não ficaria mais com ele, mas ultimamente eu não estava sendo muito fiel as minhas promessas. Ficamos deitados no meu quarto, vendo tv e falando bobagens. Quando nos demos conta, estávamos no beijando, apertando e pronto, pensei que enfim mataria minha vontade. Na hora H ele saltou e disse “melhor não seguimos em frente, tenho medo de estragar nossa amizade”. A vontade foi de gritar “o quê que tem de errado comigo?”.

Virei a cabeça e fui dormir me sentindo o ser mais indesejável do planeta. Afinal, o sexo não anda banalizado? Eu não sou o ser mais banal, mas só queria transar um pouquinho ,esquecer algumas dores e dar um jeito na minha pele, mas o jeito é pagar e fazer uma limpeza mesmo, porque por enquanto só o vibrador é que anda me dando atenção.

Postado por Desiree às 1:39 PM |