sexta-feira, julho 21, 2006
a proposta é irrecusável ou não?
A proposta foi mudar de país e ir morar uma cidade bacana e com uma das melhores qualidades de vida do mundo, porém com grande tendência ao tédio. Estudar pela manhã, malhar a tarde, colocar a pilha de leituras em dia, ver dvds, ouvir todos os cds, escrever mais, dormir, relaxar, não pensar muito, cuidar da casa, fazer caminhadas, ter tardes em cafés durante a semana lendo revistas, sair para dançar em qualquer dia da semana sem se preocupar muito em ter que acordar cedo no dia seguinte, cozinhar, tirar cochilo no final da tarde, ir passar o final de semana nos Alpes Suiços, na Austria, na Alemanha, na França, na Itália...

Soa perfeito. Você sorri ironicamente com sua proposta. Ele abre o sorriso e diz que acha perfeito. E então a conversa se encerra com seu amigo dando o pitaco final:

- No final da história toda mulher quer é mesmo um marido.

Postado por Desiree às 4:00 PM | 17 comments



domingo, julho 09, 2006
a paixão
Hoje assisti o filme "Infelidelidade" por acaso e comecei a divagar com meu amigo sobre as "peripécias" da paixão [e obsessão] e onde ela pode nos levar, afinal quem se apaixona geralmente perde a razão.

Como a paixão é capaz de nos desestabilizar e tirar o [pouco] controle das nossas mãos. Lembro-me quando a Marta Suplicy estava ainda na prefeitura e namorando com o Luis Favre, a Danuza Leão disse que mulher x paixão x administração não rola, por isso tudo ia mal na prefeitura, afinal a mulher se apaixona ela não consegue pensar em outra coisa. Eu geralmente penso em férias. Enfim, se estamos apaixonadas a probabilidade de ter a mente concentrada em qualquer outro assunto que não seja o corpicho e as emoções proporcionados pelo outro, é mínima mesmo.

Eu já me vi várias vezes em outro planeta nas vezes em que me apaixonei. A pele fica ótima, os olhos brilham, bom-humor e cabeça nas nuvens... claro, se tudo estiver correndo bem na tal paixão. Já se as coisas não estão saindo como gostaríamos, aí a história é outra. O humor fica péssimo, a pele enruga e ganhamos um olhar obsessivo, fora as várias mentiras que contamos para nós mesmas. A alimentação também muda completamente. Eu geralmente como menos.

Resumindo: somos ridículas quando nos apaixonamos. Fazemos várias bobagens, perdemos qualquer vestígio de racional e claro, queremos o tempo inteiro falar da nossa paixão. Por isso é difícil mesmo dialogar com pessoas apaixonadas. Eu sou movida à paixões, sejam elas quais for. Tenho obsessões: seja por um autor, um cineasta, uma série, uma banda, um(a) amigo(a), uma revista, um fotógrafo. Qualquer coisa que me fascine é capaz de fazer eu ter a mesma obsessão que tenho quando me apaixono, por isso descobri que sou péssima para administrar, já que geralmente eu estou apaixonada por alguém ou por alguma coisa [ok que as medidas são diferentes, mas me desconcertam da mesma maneira].

O divertido da paixão são as fantasias que criamos. Eu tenho um vizinho que andava me fazendo passar mal. Eu já sabia todos os seus horários e as músicas que ele escutava [então eu colocava meu som bem alto escutando a mesma coisa]. Comecei a acordar um pouco mais cedo apenas para me esbarrar nele no estacionamento; levava o lixo para fora no horário em que ele chegava; ia jantar no seu restaurante. Como paixões costumam ter prazo de validade, ela não demorou muito para acabar... há dois dias atrás eu esbarrei com ele na escada:

- Dê, esse é o.... - tentou perguntar o meu amigo

- Claro que não!

- Ah, bom, porque ele é péssimo. Que cabelo é aquele?

- Hahahahahaha... - ri concordando com ele

- Mas e aquele seu vizinho que você andava toda interessada? Nunca vi!

- Acho que ele se mudou.

É, ficamos ou não ficamos ridículos? Pelo menos eu ainda não matei ninguém.

Postado por Desiree às 12:55 AM | 12 comments



sexta-feira, julho 07, 2006
o sexo, como vai?
Hoje li um texto escrito por um amigo e percebi que só consigo falar bem sobre sexo quando ele não está acontecendo na minha vida. Quando há sexo, não há desejos reprimidos, mas as idéias se comprimem.

Lembrei-me de uma matéria que saiu no ano passado no NYT sobre o orgasmo feminino. O artigo falava que nosso orgasmo não ajuda na evolução da espécie. Pode não colaborar na evolução da espécie e isso pouco me preocupa... eu tenho meus orgasmos e sou feliz com eles. Eles podem não colaborar cientificamente para alguma coisa, mas colabora muito com a minha pele!

Pessoas "normais" gostam de sexo. As que não gostam, tem problemas.

É só dar uma olhada nas pesquisas e dar de cara com:

- sexo ajuda aliviar a tensão antes de falar em público [no artigo que saiu na "New Scientist" eles afirmam que somente sexo com penetração produzem esse resultado]
- sexo faz bem para saúde [e para o humor, e para a pele], sendo que quem reprime o desejo corre o risco de sofrer doenças psicossomáticas, como úlcera, infarto, asma brônquica e estresse e quem faz com regularidade consegue equilibrar seus hormônios e estimular suas potencialidades, inclusive são felizes com elas mesmas
- sexo também ajuda a tratar problemas de má digestão
- há pesquisas que afirmam que uma vida sexualmente ativa pode prolongar a vida do sujeito em 10 anos e que a satisfação sexual é mais importante que parar de beber ou fumar, porque favorece a circulação e incentiva o metabolismo
- o sexo ajuda a minimizar dores de cabeça e ajuda na recuperação rápida de doenças, justamente porque o sexo ativa o cérebro a produzir substâncias que têm efeitos analgésicos.

E, ainda usando as idéias do meu amigo que encerra o texto parafraseando o Falcão, eu concordo que sexo não é tudo, mas é cem por cento.

Postado por Desiree às 4:55 PM | 2 comments



quinta-feira, julho 06, 2006
fase mulherzinha... que já passa!
Passado é algo que muitas vezes insistimos em fazê-lo presente. Ele é como um revival à busca de emoções que já não mais sentimos. Sou nostálgica e demoro para me desligar. E aí, como muitos, tenho a oportunidade de reviver algo e percebo que as emoções proporcionadas já são outras.

Tive alguns revivais nesses últimos tempos e por mais que eles tenham sido “deliciosos”, eles me proporcionaram uma pequena decepção do quanto alimentamos algo que já morreu. A relação depois que acaba [e dependendo de como acaba] corre riscos de se transformar em algo platônico para alguma das partes, em especial para as mulheres quando somos nós que levamos o fora. Alimentamos compulsivamente, choramos até não haver mais lágrimas, nos convencemos que ainda o amamos, mandamos recado, tentamos ligar, rememoramos milhares de vezes o sexo fantástico que rolava. Claro que há as mulheres sensacionais [que eu tenho uma ponta de inveja] que não fazem nada disso, elas apenas seguem em frente após empacotar sua história e abre as portas para uma nova entrar.

Nesses revivais muitas vezes ansiamos pelo sexo [não sei se a maioria, pois nesse quesito a gente não assume quase nada nem para nós]. E, se rola no meio da crise da recuperação, ele é sempre mais sensacional do que sempre foi [e aí ferrou], mas se ele rola depois da crise ter sido superada sem a gente ter se dado conta, ele é menos sensacional e aí vem a tal decepção, pois percebemos que “sofremos” à toa, apenas para não ficar sem “emoções”, sejam elas boas ou ruins.

Hoje me dei conta do quanto projetamos emoções, sejam elas quais forem, apenas para apaziguar estresses com alguma outra coisa. Tudo muito prolixo, mas com muito sentido para mim. Transformei uma pequena sensação boa em algo muito mais forte do que realmente é e de repente a ficha caiu sobre o quanto fui tola [e o quanto sou muitas vezes] ao colocar uma lupa no mundinho paralelo que eu andei criando.

Postado por Desiree às 7:02 PM | 3 comments



quarta-feira, julho 05, 2006
precisando de ajuste no "controle central"
O que eu mais admiro nos homens é sua praticidade de lidar com o mundo. Geralmente racionais ao extremo decidem rapidamente o que querem e o que não querem. Preto no branco. Poucos não se encaixam no perfil ou disfarçam muito bem.

Geralmente atraímos certos perfis que costumam se repetir. Os que não dão certo, eu tento evitar, mas mesmo assim há ainda alguns tipos que se repetem como um castigo divino [ou karma como alguns preferem dizer].

Eu tenho um imã que atrai pessoas que apenas me confundem. Eles se mostram afim, mas raramente tomam alguma iniciativa. Se, de alguma forma, eu me sinto instigada, eu tomo a iniciativa para ver qual é. Depois de uma iniciativa tomada por uma das partes, eles continuam próximos e o comportamento não se altera muito, mas muitas vezes não acontece mais nada.

Claro que isso me causa em momentos vulneráveis problemas de auto-estima, que felizmente dura pouco, mas longe da perfeição, eu tenho sim meus momentos “ninguém me quer”. Problema típico feminino, diga-se de passagem.

Abordei meu consultor sentimental sobre o que pode ocasionar esse problema na minha vida. As alternativas foram:

a) eles estão afins, mas me enrolam por algum motivo
b) eles não estão afins, mas gostam de me ter ao lado
c) eles têm medo de mim
d) eu sou do jeito que eles gostam, mas fisicamente não faço o tipo e aí como homem dá demasiada importância à imagem, eles não seguem adiante.

A resposta foi “c” e ele alegou que sou uma pessoa segura [não neste momento em que escrevo o post e dou vazão a essa neura], informada, independente e experiente. E que o brasileiro é machista demais para lidar com alguém assim, por isso eu acabo sempre me dando bem com os europeus, mas raramente me dou bem com latinos. De acordo com ele o bom nisso é que, apesar de ser um saco lidar com isso, os que ficam são "selecionados" e eu tenho mais chance de ter uma história que tem mais a ver comigo.

Não sei qual das alternativas é realmente a real e até acho que para cada “um” dos que surgiram na minha vida [e posso dizer que foram vários], há uma alternativa diferente e o que preciso no momento é me livrar das minhocas que se amontoam na minha mente. E como disse meu amigo “mulher desinteressante não faz sexo” [pelo menos não com alguém com quem gostaria], então em um dia tipicamente feminino, eu vou dormir tranqüila.

Postado por Desiree às 7:14 PM | 2 comments