terça-feira, janeiro 31, 2006
filme pornô
Meu último flatmate ao sair do apartamento deixou um presentinho para mim: um dvd intitulado "Calouros do Sexo". A capa azul com homens bem feios na capa nunca atraiu minha atenção o suficiente para eu assisti-lo. Ontem no msn eu e um amigo começamos a falar sobre filmes pornôs e eu o convidei para uma sessão em casa, pois no mínimo seria divertido.

A sessão pipoca rolou, mas não aguentamos nem dez minutos de filme de tão ruim que ele era. Filmes pornôs já costumam não ter a melhor qualidade, mas esse foi insuperável na má qualidade. Rolou um cunilíngua de dez minutos, que foi o suficiente para desistirmos do filme. O melhor para mim foi a abertura, em que uma música romântica tocava ao fundo, cada ator se apresentava e isso me lembrou aqueles powerpoints emotivos que as pessoas insistem em me enviar, mas eu não abro.

No final terminamos com pipoca e "Os outros" que passou na Globo ontem e foi a única opção de quem não tem tv a cabo em casa.

Acho que estou numa fase carente, precisando de abraços, beijinhos, cafuné e dormir grudadinha em alguém. E estou vendendo o dvd "Calouros do Sexo" e comprando "Delta de Vênus".

Postado por Desiree às 10:39 AM | 9 comments



segunda-feira, janeiro 30, 2006
grey monday
Foi deixado um comentário no meu último post dizendo que as mulheres não prestam. Isso cheira a machismo retrógrado. Como disse um outro leitor, quem não presta são os imprestáveis.

O que é não prestar? O que é prestar para alguma coisa?

Vamos ver: eu presto para conversar, para fazer rir, para organizar a casa, para ser amiga, para ser namorada, para ser amante, para dormir, para trabalhar, para fazer o bem, para tirar sarro e para um monte de outras coisas que não vem ao caso comentar.

Li em um blog há pouco que os homens são na maioria infiéis porque pensam mais em sexo do que as mulheres. Esse papo é o mais antigo. Eu o ouço desde que para mim sexo oral era quando as pessoas falavam sobre sexo.

Na época do colégio tinham as mais saidinhas, que chamávamos de "galinhas" e as mais recatadas [eu estava na listinha] eram as "legais". Hoje eu já não sei mais como funciona essa divisão é o que é exatamente uma mulher galinha. É a que faz o que está afim e não quer compromisso? E esse é também o homem galinha?

Eu tenho um amigo que eu acho galinha. Ontem ele chegou em uma festa e logo estava se atracando com uma amiga, depois soube que ele tinha ficado com mais três além dela. Acho isso desagradável e até um pouco infantil. É o tal do "vamos ver quem beija mais?". Ele virou piada e ninguém o leva mais a sério. Não sei o quanto ele consegue se divertir assim.

Quando eu tinha 17 anos, a maior preocupação minha e das minhas amigas era não chegar virgem aos 18, como se isso fosse ser uma mudança drástica em nossas vidas. Posso garantir que a maioria de nós chegamos. Eu logo comecei a namorar muito sério e três meses depois dei adeus ao selinho de garantia da minha virgindade. De lerda eu virei a moderninha da turma.

Na época uma amiga mais "saidinha" me alertou:

- Nada de fazer sexo oral, hein?

Eu não tinha chegado nessa etapa ainda, pois era avançar demais o sinal para mim, mas fiquei intrigada com a dica:

- Por que?

- Porque é vulgar demais e só puta faz isso.

- Entendi.

Fechei a boca, porque eu não queria que meu namorado me visse com olhos diferentes do que eu queria que ele visse. Claro, isso não durou muito. Não olhar com outros olhos, mas a boca fechada.

Hoje eu tento julgar o menos possível as pessoas. A gente fala que não julga, mas julgamos o tempo inteiro. Às vezes julgamos até por inveja, porque é mais fácil falar mal do que assumir uma invejinha besta, mas o assunto aqui é outro.

Ouvi um dia desses que raramente uma relação começa pelo sexo. Pode ser, porque seduzir aos poucos é uma delícia, mas se você fica com alguém e é bom demais, você quer repetir. Eu tive um namoro sério que começou assim, mas sei que são exceções.

Enfim... ando meio entediada com esse papo do que é certo, do que é errado, se você deve agir assim ou assado. Acho que pensar nessas coisas em plena segunda-feira não é a melhor idéia.


--> ouvindo Editors

Postado por Desiree às 7:33 PM | 3 comments



sexta-feira, janeiro 27, 2006
síndrome de culpa
Quando vi no calendário que o feriado seria em plena quarta-feira, sorri feliz. Um feriado no meio da semana era tudo que eu precisava para dar uma relaxada. Você relaxou? Não? Eu também não.

Terça eu estava mais agitada que a cidade. Jantarzinho num restaurante frequentado por modernos endinheirados e penetras como eu. Expectativas de rever F, que me ligou e topou fazer a via-sacra noturna. Duas festinhas na mesma noite.

Encontrei F já na casa de um amigo. Fiquei vermelha ao cumprimentá-lo e não consegui olhar nos olhos.

Tenho alguns motivos para ter me sentido intimidada. Também senti um friozinho na barriga bem bobo. Logo relaxei, mas os movimentos passaram a ser calculados. Como somos tolos quando temos algum interesse a mais em alguém. Você vai ao banheiro para checar se a maquiagem está perfeita, se o cabelo está ótimo, se escolheu a roupa certa, olha para as mãos, pois caso as unhas não estejam feitas, elas não estarão em cima da mesa em nenhum momento.

Tudo em ordem. Sentei no chão e fiquei perguntando por onde andava minha criatividade para iniciar uma conversa com ele. Claro que saiu tudo embolado, fiquei vermelha novamente, levantei para pegar uma cerveja e relaxar, tropecei, derrubei a cerveja do meu amigo, quis sumir e então entrei debaixo da mesa.

Conversei com um, conversei com outro e demorei um pouco para voltar a minha atenção a ele. Tudo fingido, claro. Eu não lembrava muito bem do rosto dele, pois nos vimos apenas uma vez. Achei-o mais bonito, mais magro e não lembrava que ele tinha olhos tão azuis. Fiquei encantada.

A última vez que nos cruzamos o desfecho da noite foi meio conturbado e eu queria que dessa vez as coisas saíssem bem. Eu também queria que rolasse alguma coisa, mas achei pouco provável essa possibilidade.

Fomos para uma festa, depois seguimos para outra. Resolvi trocar de sapato e o convidei para ir comigo até minha casa, enquanto todos iam na frente. Queria ficar só um pouquinho sozinha com ele, mostrar minha casa e relaxar, porque eu não estava conseguindo.

Mostrei a casa para ele, troquei o sapato, peguei duas cervejas e quando estava saindo, ele sugeriu terminarmos a cerveja. Sentamos. E eu estava mais tensa do que antes. De repente, ele me agarrou. Fui pega de surpresa dessa vez, pois todo o discurso de "eu tenho namorada, amo, ela confia em mim, logo virá para o Brasil me encontrar e eu não posso fazer isso" martelava na minha cabeça, mas tudo pareceu não ter importância para ele naquele momento.

Eu sóbria, arrumadinha, bonitinha e ordinária [naquele momento] me sentindo acuada por um quase desconhecido com um discurso romântico, que fez eu me derreter e pensar "ah, por que eu não cheguei primeiro?".

Depois de recuperar o fôlego, terminar a cerveja e me sentir mais à vontade [os franceses mesmo quando estão com pressa são ótimos - o sex appeal parece estar impregnado em todos os poros], fomos encontrar o pessoal, que fingiram ter nos esperado por apenas cinco minutos, pegamos cerveja, dançamos a noite inteira, tiramos muitas fotos, encontramos muitos amigos e então rolou nossa primeira DR* no segundo encontro.

Como a maioria das mulheres, eu adoro uma DR, tenho todo um discurso pronto, sou articulada, sei fazer chantagem emocional. Resumindo: sou detestável. Sei como começar uma e como termina-la a meu favor. Porém, para essa DR eu não estava preparada, afinal não temos nada um com o outro e muito menos foi eu quem começou a discussão, o que também é raro.

Tudo começou porque estávamos sentados em uma espreguiçadeira e eu, já embalada com a cerveja, não resisti e fui dar um beijinho. A pior coisa que pode acontecer a qualquer ser humano é ter um beijo recusado de alguém com quem acabou de ficar.

Ele se afastou e eu fiz aquela famosa cara de cu. E aí as cortinas se abriram, os tambores rufaram e iniciamos nossa DR, que foi a mais tosca que eu tive na vida e por sorte ando muito bem com minha auto-estima, senão eu teria me afogado na fonte que estava atrás de nós.

A conversa foi a mesma: tenho namorada, amo muito, quero ter filhos com ela, espero que ela possa vir para cá o mais rápido possível, blá, blá, blá.

Há pessoas que não tem noção da vida, de emoções, de relações humanas e muito menos da possibilidade de sermos sensíveis e nos sentirmos um lixo após uma frase mal colocada. Talvez eu tenha me sentido, mas felizmente durou dois minutos. Acho que estou numa fase "eu mais eu mais eu mais eu". Que ela dure muito, porque já fui muito "eu menos eu menos eu menos eu menos eu".

Como ando afiada a resposta foi [tradução superando o original]:

- Se você está se sentindo culpado por ter ficado comigo, o problema é seu. Sua namorada é um problema seu. Você não precisa me lembrar o tempo inteiro da existência dela. Eu já passei pela mesma situação que você [no caso eu era a namorada] e sei como é, mas é algo que você tem que resolver com você e não comigo. Você foi na minha casa, você me agarrou porque quis. Eu não estou esperando que você se envolva comigo. - [ok, eu menti nesse trecho, eu adoraria que isso acontecesse... hehehehe]

- E porque você fez essa cara?

Não disse, mas a vontade foi:

- Sou mulher, sou humana, sou sensível, tenho oscilações na minha auto-estima, tenho neuras, expectativas, vontades e às vezes não reajo bem às rejeições.

E disse algo do gênero:

- Porque você cortou o meu barato.

E ele começou a piorar a situação e falar algumas bobagens até eu mudar o tom da conversa e fingir que nada tinha acontecido, inclusive mesmo ter ficado com ele. E então relaxamos.

E eu me dei conta de que custa caro ser uma pessoa livre. Aliás, o que é ser livre?

Postado por Desiree às 2:12 PM | 4 comments



segunda-feira, janeiro 23, 2006
o ex-pretê na roda
Minha amiga J ficou com D. Tudo começou com um amigo fofocando que ele a achava bonitinha [ou algo do gênero]. No primeiro momento eu me senti um pouco incomodada pelo comentário, mas por egoísmo, já que D e eu não temos nada a ver um com o outro.

Dei um empurrãozinho e disse a ela para se jogar, pois ela sempre falou o quanto acha ele lindo.

- Mas você não se incomoda?

- Não. Com ele não. A única regra é que você nunca fique com T.

- Nunca ficaria e nunca ficaria com alguém se isso fosse magoa-la.

- Vá em frente. Eu apoio. E se joga, porque ele é lerdo.

Rimos e ela ficou totalmente eufórica. Já tinha desistido de me acompanhar em uma festa, mas quando eu disse que seria a oportunidade de se aproximar, ela mudou de idéia.

O engraçado é porque a história se repetiu. No ano passado eu tive um rápido envolvimento com V, fiquei apaixonada, animada, mas as coisas sempre iam até um certo ponto e então, ele recuava. Isso começou a me incomodar até as férias de verão dele terminarem e ele voltar para o norte para concluir a faculdade. Me desliguei.

Já esse ano, trocamos alguns beijos quando estávamos meio fora de nós e então ríamos, até um dia que o lance foi forte e na hora H ele solta essa:

- Vamos parar. Não quero estragar a nossa amizade.

- Ahn? Vai estragar a amizade se parar onde parou!

Ele me soltou, virou e apagou.

Depois disso eu nunca mais deixei ele se aproximar de mim. Voltamos a nossa velha e boa amizade, dessa vez preta & branca. Minha amiga confidenciou que achava ele muito bonito e eu percebi que ele andava olhando diferente para ela. Dei um empurrãozinho e então começou a rolar uma história bacana entre eles.

- Mas você não se incomoda?

- Não. Com ele não.

- Se te incomodar, você fala, hein?

- Não temos nada, pode se jogar.

Não demorou muito para ela começar a ter o mesmo problema que eu, se encher e dar um chega para lá nele [se bem que até hoje não ficou claro quem deu um chega pra lá em quem].

Sou mesmo generosa, porque costumamos ser egoístas quando se trata de algum ex-algumacoisa. Eu saquei que vai me incomodar se for com alguém que me balançou demais, como T, como R. E aí vou ficar magoada.

Não resisti em brincar que os mais estranhos que surgem na minha vida são justamente os que ela se interessa.

Acho curiosa essa nossa relação com pessoas que passaram nas nossas vidas. Podemos não querer mais nada com fulano, mas se alguma amiga nossa se interessar por ele, há grandes possibilidade de colocar a amizade em risco. Quem já não viu essa história antes?

D e minha amiga vão namorar. Ele é pra namorar. Ela também e há tempos que anda querendo um namorado bacana e só tem se envolvido com pessoas que não valem a pena. Torço a favor. Torço contra.

Hoje ela me ligou pela manhã parecendo uma adolescente e me contou todos os detalhes. Estava animadíssima e já tentando fazer previsões.

- Vou deixar rolar.

- Sim, é melhor.

- Será que ele vai querer algo a mais?

- Você não disse que vai deixar rolar?

- Sim. O que você acha?

- Que você deve ir até onde você queira ir.

- Você não se importa?

- De novo essa pergunta? Eu fico um pouco preocupada.

- Por quê?

- Porque vocês dois são problemáticos demais. - e ri

- Ele é problemático?

- Ué, já te contei tudo sobre ele.

- Só pelo fato de ele comer apenas um tipo de peixe de um tipo de marca e fazer estoque em casa?

- Hahahahaha... isso é só detalhe. Ele tem toc e você terá que ser paciente.

- O que é toc?

- Então, pesquise na internet e já aprenda a lidar com pessoas com toc. Pelo menos ele é consciente do problema e trata. Merece uma chance. Fora que eu adoro ele e ele é bacana.

- Será que vai atrapalhar?

- Se você deixar.

E aí eu voltei a anima-la, porque sei que ela pode rapidamente se deixar levar pelos comentários toscos feitos num momento "estoucomdordecotoveloedaí?", inconscientemente claro, afinal sou demasiadamente humana e felizmente eu estou longe da perfeição.

- Dê, você não se incomoda mesmo?

- É estranho, mas não me incomoda. Ele beija bem? [lembrando que o beijo que rolou entre nós foi ruim]

- Fui moldando e aí ficou bom.

- Então aproveita!

Depois mandei um email para D dizendo que ele me deve uma garrafa de vinho pelo empurrãozinho que dei.

Curioso foi chegar em casa no início da madrugada e me deparar com os dois no maior clima, pois até então ele ficava comigo batendo papo na sala e ela se distraíndo na cozinha. Fui dormir rindo.

Postado por Desiree às 4:58 PM | 7 comments



french kiss
Fui a uma festa e lá estava eu dançando com amigos e um mocinho muito bonito veio conversar comigo. Quando rolou um beijo, eu achei que estava faltando algo. E estava faltando o principal num beijo: a língua!

Cochichei ao tal mocinho:

- Mas que língua regulada! - e ri

Ele riu e continuou beijando, porém do mesmo jeito. Aí não deu para continuar, porque para mim não existe meio beijo. Beija ou não beija. Ponto. Como ando sem meias palavras [eu ainda volto a fase da delicadeza e moça de bons modos]:

- Então, você beija mesmo sem língua?

- É que é muita intimidade, não acha?

- Ué, então não beija.

Ele me puxou de novo e eu me desvencilhei e voltei para ficar com meus amigos. Já divaguei um tanto sobre beijos.

Beijar é realmente bom demais, em especial quando há aquele encaixe perfeito, o beijo sem pressa, doce em que você vai explorando a boca do outro, sentindo a língua roçando na sua língua, o ritmo que aumenta e você não quer mais parar de beijar, de apertar, de abraçar. É o beijo que desperta todo o resto, acorda o corpo, causa arrepios, chacoalha. E tem gente que ainda curte beijar pela metade.

Postado por Desiree às 12:19 PM | 5 comments



sábado, janeiro 21, 2006
algumas questões sobre sexo
Enquanto eu zapeava com o controle remoto a procura de um programa interessante, vi uma chamada para um que era algo como "boas perguntas merecem boas respostas".

Uma das perguntas era "você continuaria com alguém porque o sexo é fantástico mesmo o relacionamento não funcionando?". Foi ouvir a pergunta e ter uma das minhas histórias vinda à tona.

A gente sempre brinca com o termo "amor de pica". Não é nem amor, é paixão mesmo e daquelas avassaladoras. Quem não teve uma na vida? Estamos com alguém e não entendemos o porquê até o momento em que estamos no maior rala e rola. Chegamos a nos perguntar "como pode ser tão perfeito?". E no fundo nem é.

Tive uma relação assim. A nossa história não funcionava, pois éramos completamente diferentes, queríamos coisas diferentes, nossas opiniões sempre divergiam, gostávamos de músicas diferentes, tínhamos estilos diferentes. Enfim, éramos completamente o oposto. Eu insisti no "os opostos se atraem", mas hoje vejo que o único lugar que funcionávamos era na cama.

Eu percebi isso enquanto estávamos juntos, mas ao mesmo tempo eu negava que era só isso. Claro que não era só isso, pois havia várias coisas nele que me encantavam. O belo sorriso, a voz, a forma como olhava para mim, como me abraçava, as ligações no meio do dia, o jeito que cuidava de mim quando eu não estava bem. O problema é que ao colocar na balança os momentos turbulentos eram maiores que os momentos bons.

E aí vejo que não é simples responder esta questão, pois no primeiro momento a gente diz NÃO, mas quando estamos vivendo uma história assim, a gente quer mais é que ela continue.

Hoje quando trago esta minha história à tona as melhores lembranças é justamente esse encaixe que era tão perfeito que fica no topo delas.

E você, manteria um relacionamento apenas porque o sexo é magnífico, mas só ele funciona na relação?

Postado por Desiree às 9:32 PM | 7 comments



sexta-feira, janeiro 20, 2006
o homem da minha vida
Pensando um pouco no homem da minha vida, eu notei que o perfil dele mudou de uns tempos pra cá. Talvez seja a idade, talvez seja a crise do mercado, talvez seja minha ineficiência como conquistadora, talvez seja a libido, talvez seja minhas meras desilusões.

A parte mais drástica é que a faixa etária de repente começou a importar, não que seja relevante, mas conta e parece que finalmente estou saindo da fase teenager. De cancerianos eu também ando em greve e descarto cientistas sociais, filósofos e reacionários.

Claro que para tudo na vida há exceções e eu sou um ser bem flexível. Talvez meu homem ideal esteja menos gay do que outrora, mas ainda quero alguém que, pelo menos de vez em quando, diga o que sente, me liga no meio do dia, não carregue um troféu de rei do chopp, tenha mãos bonitas, goste de ir ao cinema, não ria das minhas fantasias e principalmente, que exija baixa manutenção, não seja turrão, tenha bom humor e não use sapato de bico quadrado caramelo.

E claro, preferencialmente que seja francês, pois como já afirmei: ando derretida pela terra do foie grás. E falando neles, hoje sonhei que F se declarava para mim. Nada como uma doce ilusão no meio de uma tpm.

Postado por Desiree às 3:04 PM | 2 comments



quinta-feira, janeiro 19, 2006
o dia que quase perdi meu carro
Hoje tive um momento de desespero. Vi a chuva avançar o suficiente para a água cobrir os pneus do meu carro. Enquanto todos olhavam pela janela e comentavam, eu quase surtava. O pior, não tinha como ir salva-lo, pois não tinha como chegar até ele.

A chuva baixou e agora meu carro parece relaxado como se nada tivesse acontecido. Talvez estivesse ansiando por água e acabou na lama. Ainda não tive coragem de chegar pertinho dele e saber se houve algum dano. Espero que ele seja como meus homens: fortes.

Hoje foi um dia que eu não deveria ter saído de casa. Acordei virada do avesso, olhos fundos, olheiras e a cabeça prestes a explodir. Engoli uma aspirina e enterrei minha cabeça no travesseiro em busca de um mundinho mais confortável. Apaguei!

Acordei melhor, me enfiei numa ducha quase fria para tentar me animar e saí com um visual diferente. No trabalho a pergunta era se eu tinha mudado a cor dos cabelos ou se eu tinha cortado. Nenhum, nem outro. Apenas sequei diferente.

Ontem li um texto que resumindo era sobre viver o hoje como se não existisse o amanhã. O texto era muito bom, mas que raramente alguém coloca em prática. Não que não funcione, o que não funciona somos nós que achamos defeitos o tempo inteiro em tudo, tratamos as pessoas mais queridas nem sempre da forma mais apropriada. O texto falava sobre "amor" e é exatamente aí que mais pecamos. Sempre falo que devemos tratar nosso namorado como se fosse nosso melhor amigo. As coisas dariam muito mais certo. Mas não. A possessão sempre está a nossa volta permeada com nossas inseguranças tolas.

Eu já tive meus rompantes, já fiz muita chantagem emocional, já fiquei de mal por bobagens, já esperneei sem necessidade. E não adiantou muito. Só desgaste emocional e claro, no relacionamento. Somos, geralmente assim, mimadas e tolas.

Já falei várias vezes isso para mim: viver todo amor como se fosse o último. E vivi, porque sou intensa, porque mergulho, mas isso nem sempre foi a melhor opção, porque a intensidade muitas vezes cansa. Hoje prefiro uma sombrinha e água de coco.

O problema é que não somos práticas [especialmente as mulheres].

E chega de divagar, pois vou lá ver o que restou do meu carro e depois buscar um pouco de colo da minha mãe, porque estou precisando.

[post escrito em 19/01]

Postado por Desiree às 7:05 PM | 0 comments



quarta-feira, janeiro 18, 2006
detectando a tpm
Recebi um email muito fofo de F. Vejo-o como um potencial pretê: é bonito, estiloso, simpático, cool, beija bem, aperta bem, é francês, gosta muito de poesia e literatura, é cinéfilo e tem um bom gosto musical. Resumindo: meu número.

O problema é, como qualquer um que seja o meu número, ele tem namorada, ama a namorada e está esperando a vinda da namorada para cá. Me lembro, como se fosse hoje, quando meu ex-namorado foi passar três meses do outro lado do oceano. Eu dei a maior força, mas meu lado emocional pressentia que as coisas não seria tão fáceis assim pra mim.

Afinal quem viaja [e tenho amigos nessa situação atualmente] tem, geralmente, data marcada para voltar. Tudo é novo, interessante, instigante... e até você passa a ser mais interessante, afinal você também é de fora. A nâo ser claro, que você seja o ser mais apagado e bege do universo.

Meu ex-namorado é bonito, tem um sorriso que faz qualquer uma derreter. Obviamente, um mês após a sua partida, uma ligação fria e um sexto-sentido que não erra, eu levei um fora.

Mesmo assim continuamos nos falando como se nada tivesse acontecido, afinal eu era apaixonada demais e não queria ceder tão fácil deixando-o em paz. Transformei-me na pessoa mais doce, mais instigante, mais interessante e até fazíamos planos de como seria nosso reencontro. Formalmente não namorávamos.

Ele voltou e tudo seguiu como antes. Quer dizer, mais ou menos, porque quem mais tinha mudado nesse período era eu e não ele. Um dia, naquelas conversas desnecessárias, eu perguntei o porquê dele ter terminado comigo. Ele apenas respondeu que não poderia ficar sem sexo por tanto tempo, mas não achava legal sair com outras pessoas namorando comigo. Ok, eu também saí com outras pessoas e até me apaixonei nesse período [a paixão acabou mesmo antes dele voltar].

Aí volto a F. Ele contou ao meu amigo que adora latinas. Eu não tenho um perfil muito latino. Quer dizer, tudo depende do que é ser latino. É ser "caliente"? Se for isso, eu sou latina, mas ainda acho que isso tem muito a ver com a minha idade e não exatamente pelo fato de eu ser latina. Agora tudo está mais a flor da pele e não é fácil lidar com isso.É como se dentro de mim tivesse uma revolução acontecendo que me deixa um pouco em frangalhos por essa vida "no-sex-and-the-city". É, porque as coisas só andam mesmo no verbo, porque na prática eu tenho que dar conta de tudo sozinha.

Estou com medo de estar pudica demais. Olho a lista de telefones quando estou em polvorosa e fico "hmmm... vou ligar para quem?". E não ligo para ninguém. Eles ligam querendo sair e saio pela tangente. Enfim, o que quero eu?

Como a intenção não é namorar neste momento, F parece ser uma boa opção. Porém, como ele não está tão a mão, ontem em um momento pós-cerveja eu liguei para T, o que faz eu achar que estou carente.


Acho que a TPM chegou.

Postado por Desiree às 3:38 PM | 3 comments



terça-feira, janeiro 17, 2006
a trilha sonora nossa de cada dia
Eu queria me apaixonar ouvindo "Howl" do BRMC. Tão linda e eterea. Música para fechar os olhos, beijar devagar, deixar as mãos escorregarem, roçar um corpo no outro. Eu tenho uma relação com esa música como se algo muito especial tivesse acontecido e ela tivesse sido a trilha daquele momento.

Não lembro. Talvez tenha sido algo muito inconsciente. Meu i-Tunes está sempre tocando, mesmo que eu não esteja em casa. É uma forma de deixar a casa alegre e ter uma trilha sonora para meus pequenos momentos cotidianos. Então essa música pode ter tocado em algum momento especial, seja um momento a sós comigo ou compartilhado com alguém e eu não ter me dado conta.

Eu acho super bacana quando temos uma música que marca um momento nosso com alguém. Você ouve a música e lembra da pessoa x. No meu último namoro a nossa música era "Love will tear us apart" do Joy Division, obviamente que nossa história não poderia dar certo [apesar de ser uma das minhas top 10 da vida].

O problema é que nem sempre a música que marca o momento é a melhor. Namorei uma pequena vida com uma pessoa e a nossa música era "Every rose has storm" do Poison. Não vamos comentar o fato de ser Poison, eu tinha apenas 17 anos e isso faz uma pequena vida e meia que aconteceu. O curioso é que essa música era o tema do ex-namoro desse namorado. Só que não teve jeito. Tentamos nos livrar, achar outra música, mas essa marcou e ponto.

Há não muito tempo atrás eu fui no casamento dele e para a minha surpresa a música tocou. Claro que eu me derreti em lágrimas. Como assim a "nossa" música tocando no casamento dele com outra? Será que a música era trilha de todos os namoros dele?

Vou ter que tirar isso a limpo enquanto espero um novo namorado para preencher essa lembrança vazia que Howl me traz.

Postado por Desiree às 12:47 PM | 4 comments



homens, festas, indecisões e rockn´roll
O dia foi bem chato. Voltar da praia e se adaptar a rotina não é fácil, em especial quando o dia é tenso porque você desconfia que não verá o show que tanto quer.

Fui tocar numa festa e o repertório foi meio electro, meio rock´n roll. Tentei dar uma animada na pista, mas as [poucas] pessoas que apareceram queriam mesmo era conversar e trocar frustrações. Uma tinha ficado treze horas na fila e saiu de mãos abanando!

Cheguei lá e me deparei com Seth. Uma deliciosa surpresa sempre presente. Ah, esses meus homens sempre me fazendo derreter. Ficou ao lado da cabine o tempo inteiro, deu pitacos, riu quando soltei o cd errado. Artic Monkeys, Clap your Hands, The Adored, Editors, Placebo, New Order, Pixeltan, Audio Bullys, Chemical Brothers, Vive La Fête, Scissor Sisters, Interpol foi a mistureba que fiz [entre outros]. Foi um momento "estou na sala de casa e vou tocar o que sempre quis ouvir na pista e ninguém tocou".

Eu e ele dançando, rindo e tomando cerveja. Aí o F chegou e o Seth achou que já tinha cumprido sua missão e me deixaria em boas mãos. Eu abandonei as pickups e fui dar uma voltinha no bar atrás de um bom papo. O sono não permitiu que eu travasse uma conversa boa. E claro, as perguntas de sempre:

- E aí Dê, como anda o coração?

- Tá namorando?

- Arrasando muito por aí?

- E os bofes?

Parece até que vivo a caça de... ou que preciso ter alguém para estar bem. Que saco! A resposta hoje foi:

- To sozinha e ótima. - e ri...

Claro que dei uma paquerada básica num alemão que apareceu por lá, mas não meu deu a menor bola. Só me notou quando toquei Clap Your Hands, depois deu tchau e foi embora.

Quando F saiu das pickups veio todo afoito dizendo que tinha que me contar algo:

- Dê, eu tenho que dizer, eu fiquei com K.

- Ah, eu já sabia. - e ri, porque acho que K era a última pessoa com quem ele deveria ficar, é ótima, mas muito chatinha e já namoraram, não deu certo, ambos falaram um pouco mal um do outro.

- Me senti mal por ter mentido para você.

- Não entendi o porquê de ter mentido.

- Mas foi bom, vi que não tenho mesmo que ficar com ela.

- Tá, mas?

- Ah, era isso.

E então abraçou minha amiga que estava ao nosso lado e tem o namorado mais ciumento do planeta. Dei uma puxada nele e avisei que ele corria riscos de apanhar e não saber o porquê.

Fomos para a pista. Aí veio o comentário:

- Ah, pena que ela é noiva.

- Quem?

- A que casou.

Ou seja, já era outra.

- Você não tem amigos homens?

- Por quê?

- Não sei porque insiste em falar comigo sobre mulheres. Desculpe-me, mas não sou "camarada".

Aliás, já ficamos juntos, ele já pisou na bola, eu já fiquei puta, já perdoei e virei amiga. Aliás, sou ótima mesmo.

Resolvi ir embora a francesa Paguei minha conta e saímos. F me puxou e me deu um beijinho na boca. Tive vontade de manda-lo para aquele lugar, mas ele foi naquele momento o ser mais fofo do planeta. Só faltou dizer que me adorava e me abraçar. Eu não sei o que ele provoca em mim, mas acho que às vezes me irrita um pouco. É, tive um interesse no passado, mas que foi massacrado pela canalhice dele.

Vou dormir... e Artic Monkeys é a banda do ano mesmo.

Postado por Desiree às 1:26 AM | 0 comments



segunda-feira, janeiro 16, 2006
a praia
O final de semana foi a delícia das delícias, em especial porque no meio dele F. me ligou com seu sotaque francês que me causa arrepios, mas que fez eu não entender quase nada que o rapaz falou. Sol, gente bonita, risadas, cerveja, corpos semi-nus, clima bom. Eu queria ir para a praia todo final de semana, mas meus compromissos já fazem uma nova viagem ser possível somente em fevereiro.

Eu estava com uma vergonha danada de tirar a roupa e me enfiar em um bíquini ínfimo, tanto que comprei dois novos um pouquinho maiores para dar uma disfarçada nas minhas formas. Sou magra, mas estou na fase imperfeição com a pele e com o culote que cisma em ficar ali para sempre. Quero malhar, mas morro de preguiça.

As pessoas dizem não reparar, mas pelos óculos escuros é possível ver os olhos do povo passeando pelo seu corpo. Praia é assim, ninguém passa em branco, mas o pior é o nosso olhar crítico sobre o nosso próprio corpo. Homem geralmente é mais desencanado [com eles mesmos], mas nós mulheres cismamos com qualquer mínima imperfeição.

A minha vida seria mais fácil com topless, porque tive que ficar driblando as ondas e de olho o tempo inteiro na parte superior do bíquini, pois a cada onda, era um pedacinho do tecido que ia para o lugar errado. Preferia não me preocupar com eles. Talvez eu me dê uma comissão de frente de presente neste ano. Acho bonito.
E os comentários que ouvi no final de semana:

- Dê você é menos magra do que parece quando está vestida. O corpo está ótimo.

- Nossa, é a primeira vez que te vejo sem qualquer produção. Que engraçado te ver assim.


- Tá branquinha mesmo, hein? - [só tinha gente loira na turma, eu era a única morena e mais branca e todas]

- Para que protetor 20? Desse jeito vai continuar tão branca quanto veio.

E após o retorno para São Paulo, a mãe de um amigo solta quando me vê:


- Ué, você não foi para a praia? Está mais branca que os meninos daqui de casa que não viajaram.

Ou seja, eu não passei mesmo incólume dessa vez. Na próxima eu apelo para um bronzeamento a jato e viajo me sentindo temperada no açafrão. Será que alguém vai reparar?

--> enquanto isso a tortura da possibilidade de não ver Franz Ferdinand continua

Postado por Desiree às 6:00 PM | 1 comments



pequenas frustrações
Segunda-feira tumultuada na cidade. Assim como milhares de pessoas, eu fui tentar comprar meu ingresso para o show do U2, mas desisti mesmo antes de estacionar o carro. Um amigo que pegou a fila às 8h e ainda está de plantão, sendo que nas últimas duas horas não houve sequer um passinho para frente.

Pela primeira vez eu sinto saudades da Ticketmaster, que monopoliza, mas funciona. E eu nem quero ver o U2 tanto assim, a minha ida é pelo Franz Ferdinand, que é outra coisa que me irrita, porque como trazem um Franz Ferdinand para tocar no máximo uma hora num lugar daquele tamanho? Não poderiam fazer um showzinho a parte? Que tal lá em casa?

Agora eu quero é que tudo aconteça na minha casa. Na próxima sexta vão filmar um longa na minha sala. Eu tentei, inultimente, conseguir trazer para a minha casa um irlandês que toca somente em apartamentos, mas morar no primeiro andar limitou as nossas negociações. Quarta tem bota-fora de amigo lá em casa. Enfim, vou começar alocar meu espaço, pois acho que posso faturar alguns dinheiros.

Sinta-se em Roma
aqui
!

Postado por Desiree às 5:27 PM | 2 comments



sexta-feira, janeiro 13, 2006
are you indie?
Vou para a praia, mesmo estando na maior ressaca. A idéia é chegar lá e apagar, mas sei que isso tem poucas chances de vingar. Tudo que preciso no momento é tirar esse mofo de escritório e ganhar uma corzinha. Chega desta cor indie.

- O pessoal da X estava todo no posto 9.

- Sério? E aí? E os corpinhos?

- Sou mais eu. Agora entendo porque esse povo se veste tão bem, porque sem roupa eles não são ninguém. Magros demais, brancos demais.

Enfim.. galerinha indie. Eu não sou indie, não ando como indie, não pinto os olhos como indie, não tenho mais os cabelos pretos, uso roupas coloridas, sapatos divertidos, fitas e ouso com bolsinha branca. Eu acho os indies um dos seres mais interessantes do planeta, mas não gosto quando a franja é ensebada. Adoro os terninhos, o olhar blasé, a cor da pele, o all-star nos pés, o conteúdo do ipod, as fotos que colocam nos headshots ou fotologs, a conversa sempre sobre bandas e aquela sensação londrina.

Não tive estilo suficiente para ser indie, então apenas gosto deles, ouço o som deles e vou nos lugares que eles frequentam. Talvez a alma seja indie. Eu não gosto de rótulos. Acho que tenho um estilo bem próprio, bem a minha cara, mas me divirto com os mundinhos criados dentro do nosso mundão. É isso que faz tudo divertido.

Ontem ouvi música indie, vi indies, fui em lugar indie. Foi divertido. Bebi e não resisti aos encantos de um amigo e me aproveitei um pouco da generosidade dele. Nada como beijos amigáveis e doces para fechar a semana.

Agora vou pegar meu bíquini rosa, meu óculos J.O., protetor solar 20 e minhas revistas e meus cd´s de música indie para relaxar um pouquinho.

Postado por Desiree às 6:35 PM | 4 comments



do fundo do baú
Um comentário deixado neste blog trouxe uma antiga história à tona. História besta, claro! Eu tinha um amigo que estava todo caidinho por mim, o que não foi uma coisa boa nessa história [mas eu soube disso depois]. Encontramo-nos em solo europeu e viajamos um pouquinho juntos.

Seguimos para a terra do papai noel de navio. Eu era quase uma Kate Winslet em Titanic. Cabelos esvoaçantes, saia rodada e sapatinho de boneca. À noite rolou uma festa bem animada e fomos eu e meu amigo, que a essas alturas estava quase me matando pelo meu ar blasé de "você é tão legal que merece alguém melhor que eu". Claro que eles nunca caem nessa história.

Neste dia eu tomei meu primeiro cosmopolitan. Era quase uma personagem do Sex And The City, que nessa época eu desconhecia por completo, pois TV a cabo na minha vida foi algo muito tardio, inclusive só existe na casa dos amigos, porque a mim não chegou até hoje.

À nossa volta idiomas diversos e gente bonita. Dividimos a mesa com uma senhora brasileira que morava na Alemanha e quando falei que éramos apenas amigos, ela disse que ia arrumar um alemão bem bonito para mim. Com a ajuda do cosmopolitan minha animação subiu. E olha que nessa época eu nem era pretensa maria-cumbica.

De repente começou a rolar música lenta para dançar agarradinho. Gargalhei, porque a última vez que eu tinha visto as pessoas dançarem assim tinha sido no colégio. Aí um moço de 3 metros de altura, cabelos lisos e bem loirinho, sorriso alvejante e olhos azuis românticos, começou a sorrir para mim. Meu amigo, percebendo o clima, resmungou e disse que ia dormir. Quando vi eu estava rodopiando pela pista agarradinha no galego.

Fomos os últimos a sair da festa e ele foi me acompanhar na minha cabine. Descobri que estava sem chave. Acabei dormindo na cabine dele [e juro que não aconteceu nada além de beijos, porque na época eu era muito comportada, o que eu acho uma pena, pois foi um grande desperdício].

Acordei com ele resmungando em alemão e aí me dei conta que tínhamos perdido a hora do desembarque. Saímos da cabine e o silêncio era mortal. Subimos e então descobrimos que estávamos na Dinamarca e não na Suécia, que era nosso destino final. O navio já tinha ido ao nosso destino e voltado. Meu amigo, que a essas alturas deveria ser ex-amigo, tinha desembarcado. A coisa ruim é que eu estava rumando para a casa dele, o que já não era mais uma boa idéia. Estávamos de carro e da cidade que desceríamos até a cidade que ele morava, eram bons e bons kilômetros.

Fiquei sem saber o que fazer, me achei inconsequente, uma amiga muito má e chorei. É, chorei de desgosto de mim nesse dia. Não tínhamos muito o que fazer e ainda descobri que eu estava na roça, pois tinha esquecido o passaporte no carro do meu amigo. Depois de muito stress eu consegui embarcar para a Suécia novamente com o galego a tiracolo, mas só entraria lá se conseguisse resgatar de alguma maneira o meu passaporte.

Felizmente meu amigo era uma pessoa boa. Ele era uma pessoa que eu deveria ter me apaixonado, casado e tido filhos, pois era tudo que ele queria. Infelizmente nem sempre queremos o que é melhor para nós. Meu passaporte tinha sido deixado na polícia federal [é isso?] junto com um número de telefone celular. Inacreditavelmente meu amigo ficou na cidade me esperando.

Claro que viajamos sem trocar uma palavra e eu fiquei um mês limpando a casa dele para me desculpar pelo meu desvario. E claro, reencontrei o alemão.

--> ouvindo Chemistry do The Adored [meus novos amiguinhos]

Postado por Desiree às 11:51 AM | 1 comments



quinta-feira, janeiro 12, 2006
operação especial
Estávamos saindo do restaurante quando ouvimos uma batida de carro. Deu aquela curiosidade mórbida, mas seguimos devagar fingindo não querer saber o que aconteceu. Antes da batida, tínhamos ouvido uma sirene, o que fez acharmos que o carro foi desviar da viatura e bateu. Que azar! É sempre um grande azar bater o carro. Eu já bati algumas vezes.

Quando chegamos no local do acidente, vimos o carro batido [tinha entrado num poste de placa de trânsito] e na frente uma viatura. Pasmem! A viatura era UTI Veterinária. Eu nunca vi isso na vida e me senti por alguns momentos em outro país que não o nosso.

Da viatura saíram dois caras gigantes, com óculos escuros, cabeças raspadas e macacão verde. Naquele momento eu pensei, mas só um pouquinho, de ter sido a azaruda que bateu o carro, pois ser atendida pelos dois bonitões era sim uma grande sorte.

Achei tudo tão hollywoodyano. Até a vespa que nasceu hoje era canadense. Um luxo! E o vôo dela foi emocionante... nunca gostei de vespa, agora gosto delas. E também gosto da UTI veterinária. Será que se eu jogar meu gato do primeiro andar, eles vão socorrê-lo??

Vou ouvir Clap Your Hands Say Yeah! Ultimamente nada tem me feito tão feliz.

Postado por Desiree às 4:33 PM | 1 comments



bobagens diárias
Ontem soube que uma confissão boba que fiz virou texto no 02 Neurônio. Foi aquele tal do "uma amiga contou". Não li o texto, aliás, não achei nos arquivos, porque tem textos demais lá e fiquei com preguiça de procurar.

Fiquei curiosa, porque a tal confissão deve ter resultado em algo engraçado e, quase, inacreditável. Não vou contar, porque eu não conseguiria confessar a mesma coisa duas vezes, em especial por ser algo inconfessável.

Ontem fui [de novo] tomar cerveja e beliscar delícias com dois amigos. A amiga, recém-chegada de viagem, trazia muitas novidades. Ela gosta de meninas e o universo dela é tão conturbado quanto o nosso. Ontem descobri que uma pessoa me odeia, mas eu não tenho a mínima de quem seja ela. Estranho saber que você é odiada por alguém, mais estranho ainda é saber que você é odiada por alguém que você não conhece.

A minha amiga descobriu que a pessoa que me odeia é ex-namorada da atual namorada de uma amiga nossa e que era uma pretê dessa minha primeira amiga. Muito confuso, né? Histórias de meninas com meninas são sempre mais complicadas de serem contadas, porque é sempre "ela" nos dois lado [ou por todos os lados]. Eu também fico bem confusa. Tinha algumas histórias para contar, mas já estou com um nó na cabeça.

Essa minha amiga também contou que a mãe dela tem uma foto minha num porta-retrato. Achei bem curioso, pois a mãe dela não me conhece. E, nesta foto eu estou beijando um dos meus melhores amigos. É uma foto ousada, mas linda. Eu e meu amigo achamos engraçado ela ter justamente essa foto. Aí minha amiga confessou que é porque a mãe dela achou que namorávamos. Rimos, depois eu pensei o quanto eu me sinto mesmo namorando com ele. Acho que seríamos um casal arrojado e bacana.

Tenho que ir, acabou de nascer uma mariposa que estava dentro de um grão de feijão e vamos soltá-la. Temos muitas estranhices aqui no ambiente de trabalho.

Enquanto isso, não deixe de ver este
vídeo.

Postado por Desiree às 3:36 PM | 1 comments



quarta-feira, janeiro 11, 2006
café-sexo.cerveja.frança.moda.verão
Tantas idéias borbulhandos, mas tem faltado tempo para escrever. Verão é uma época complicada. Descobri que a maioria dos meus amigos fazem aniversário em janeiro, o que demonstra que as pessoas fazem mais sexo no inverno do que no verão, afinal elas foram concebidas entre maio e julho [sempre tem os apressadinhos que nascem antes].

Sobre a complicação do verão é que você fica mais suscetível a uma mesa de bar. Eu estou há duas semanas assídua em frequentar botecos. Começo a achar que tenho tendências ao alcoolismo, pois beber todos os dias não é algo que acho normal. Ou é e não me contaram?

A outra complicação do verão é que as pessoas saem mais de casa e você encontra facilmente pessoas com que você não quer encontrar.

**frança de novo**

Há algum tempo que insisto que a moda agora é França. Um amigo disse que na França a moda é Brasil, o que faz eu me sentir em total sintonia. Ele me contou que todos os amigos dele estão tentando oportunidade aqui nos trópicos e que haverá uma debandagem geral para cá. Que venham os franceses!! Vou fazer uma faixa linda cheia de coraçõezinhos pulando de alegria com boas vindas na saída de Cumbica. E claro, vou fundar a comunidade Maria Cumbica para que eles se situem logo que chegar.

Francês usa orkut?

**café-sexo**

Li uma matéria que a moda por lá é café-sexo. Achei um luxo você discutir sexo seriamente. Marcar um encontro com pessoas para falar sobre o assunto. Já tem até boate por lá fazendo uma extensão do bate-papo, incluindo leitura, musica e provavelmente a prática no final do encontro.

O propósito dos encontros é terapêutico e informativo. Informativo eu entendo, mas o que seria terapêutico numa conversa sobre sexo? Afinal o assunto é estimulante e não relaxante. Eu não consigo relaxar com este tópico, ainda mais com café. Menos mal se com café, que só o mantém acordado... imaginem o debate acompanhado de vinho ou mesmo uma cervejinha?

Os participantes tem que participar ativamente [teoricamente]. Fico aqui imaginando como são as apresentações e o que são faladas nelas. "Oi, eu sou a Desiree, tenho alguns anos, estou aqui porque gosto de erotismo, sexo, beijo na boca e tenho algumas dúvidas. Espero também melhorar como pessoa".

Só não sei exatamente em que tipo de pessoa eu posso me tornar frequentando um café-sexo. Talvez seja um ótimo ambiente para conhecer gente interessante e você já ter algumas dicas em quem investir. É, imaginem:

- Oi, e aí, como você está?
- To namorando!

- Sério? E onde arrumou?

- Num café-sexo. - do outro lado uma cara de "não entendi" ou expressão chocada

Gostei da idéia, vou trazê-la para os trópicos e quem sabe essa seja a idéia genial que eu estava procurando para faturar alguns trocados.

**paulista&sexo&cerveja**

E li uma materia na TPM escrita por um cara que mora em algum país da América Latina [eu não lembro dos detalhes]. Pediram para ele fazer um texto sobre São Paulo. Li só a metade, pois saí e esqueci de ler o resto.

O que eu lembro é que ele diz que a paulistana bebe muita cerveja e pensa muito em sexo, mas pensa mais do que faz. Será que ele me conhece?

**luxo no banheiro**

Se você é adepto de quebra de paradigma, experimente este link:
http://www.wellbeingworld.com. Como perguntou sabiamente um amigo:

- E como vou saber que está limpo?

Postado por Desiree às 7:01 PM | 5 comments



segunda-feira, janeiro 09, 2006
saga desejante
Sábado eu decidi que teria um dia a sós comigo. Claro que essa decisão foi tomada após constatar que as pessoas as quais eu não vivo sem estavam indisponíveis. Um viajou, o outro dedicava o tempo à demonstração fervorosa de amor e o terceiro tambem havia fugido da cidade. Pensei nas amigas, mas acho que a maioria delas estão passando por fases problemáticas e eu não queria falar sobre problemas e nem queria baixo astral perto de mim. No momento tudo que posso fazer por elas é implorar para que assistam "Quem somos nós?" e leve cada ponto a sério, transformando a física quântica em religião, mesmo que temporária.

Então, após meu chilique egocêntrico, achei que seria uma boa oportunidade para ficar comigo, para ir onde quisesse e ficar quanto tempo quisesse, observar, ficar horas tomando um café e folheando uma revista. Antes de iniciar minha saga umbiguista, eu fui almoçar com um casal de amigos, mas a amiga estava mal-humorada. Estou com medo desse não ser um ano muito favorável ao time feminino.

Fechei a noite [a primeira parte] com um filme água com açucar que me arrancou lágrimas e aquela vontade de ter uma nova história de amor. A tradução do título "e se fosse verdade" [just like heaven] não foi muito feliz, porque não traduz a história do filme [para variar]. Saí do cinema com o coração descompassado pelo Mark Ruffalo. Velhos tempos em que minhas paixões platônicas ganhavam espaço nas paredes do meu quarto.

Após isso a saga começou. Iniciou-se um movimento migratório para a minha casa, não fiz as coisas que pretendia e às 2h eu estava de toalha jogando a chave pela janela para meu amigo entrar. E lá fomos nós para se esbaldar em uma noite eletrônica com um DJ com quem eu casaria e teria filhos.

Noite ótima, divertida, dançante e com muita gente bonita à volta. Dançamos até a exaustão, tivemos nosso momento "maria pickup", o que aumentou ainda mais a empolgação do DJ gringo que sei lá o quanto está acostumado a essas manifestações tropicais.

Os pretês da noite foram desclassificados, apesar da pista estar cheia de seres com sotaques estrangeiros, pois vi que sou muito chata e que vou acabar ficando sozinha tamanha anda a minha pretensão. E isso não tem a ver com beleza e sim com gosto e estilo, pois estou prestes a terminar minha relação virtual, porque como posso investir em alguém que nunca ouviu falar em Interpol e Flaming Lips?

E a expressão agora é "maria cumbica", já que não achei expressão mais adequada para caçadoras de seres com sotaques estrangeiros. Saímos de lá com o sol despontando, mas a manhã bonita e fresca nos animou a esticar em outra festa, em que nosso queixos caíram e nossos pretês mal perceberam a nossa presença. É, o nível ficou elevadíssimo e aí a concorrência era desleal. Segui mancando no salto alto às 8h da manhã para casa, tomei um merecido banho e mergulhei num sono de Cinderela.

Postado por Desiree às 7:25 PM | 3 comments



sexta-feira, janeiro 06, 2006
meus amigos gays
Alguns dos homens mais interessantes que eu conheço são gays. Já lamentei por isso, hoje eu tiro proveito. Um ex-namorado meio antiquado que tive dizia que alguns fingiam serem gays [socorro!] só para tirar proveito da mulherada.

Claro que nas minhas solteirices eu aproveito para tirar minhas lasquinhas, pois não resisto aos tantos amigos gays interessantíssimos. Eles entram na brincadeira e tudo vira festinha. O problema é quando as coisas esquentam e aí você fica chupando o dedo, pois raramente eles vão ao finalmente. Eu tive um quase-finalmente. Foi muito quase.

Tenho um amigo gay que sempre tentou me seduzir e eu nunca soube até onde iria a história. Não rolou porque as provocações ficam na mesa do bar e depois eu sempre dava um jeito de fugir. Acho que era porque insconcientemente eu sabia que chegaríamos no finalmente e eu não achei que seria uma boa idéia. Claro que não era uma boa idéia porque ele não estava na lista dos amigos gays interessantíssimos.

Postado por Desiree às 9:18 PM | 2 comments



trazendo intimidade à relação... virtual
Ontem a intensidade do meu relacionamento virtual aumentou. Nossa relação completou uma semana, porém com intervalo feito na virada de ano, o que faz com que nosso contato tenha sido de cinco dias. As coisas estão indo rápidas demais, tanto que ontem falamos [ou melhor, eu falei] sobre a possibilidade [remota] de nos encontrarmos.

É, não gosto muito dessas historinhas que ficam só na telinha me prendendo o suficiente para eu perder minha sessão de cinema e postergando um curso online que eu comprei para ficar trocar minha realidade por idealizações e criação de expectativas, que sempre tem 50% de chances de serem frustrantes. Na contra-partida, o meu inglês tem melhorado a cada dia, já que é o idioma que recorremos para nosso contato e ontem meu vocabulário deu um salto expressivo. Agora eu sei provocar em inglês como ninguém.

Nada de sexo virtual, provocações são muito mais legais. Você escreve o que quer e deixa tudo nas entrelinhas. A compreensão vai depender da criatividade do outro. Tudo começou com os anjos e deles partimos para... hmmm... algo mais hot.

O mais bacana ainda é ver a reação do outro pela webcam. Que invenção dos deuses! Eu não tenho, claro! E não sei se me sentiria à vontade com minhas reações, nem sempre normais, sendo escancaradas na tela de um computador.

Desliguei o computador precisando de um banho frio, mas optei por uma cerveja gelada e a companhia de um amigo para boas risadas após a narrar a evolução da minha nova relação.

E já decidi, se eu ouvir "oi" sem sotaque, eu nem olho.

Postado por Desiree às 3:32 PM | 3 comments



quarta-feira, janeiro 04, 2006
decidi ter uma paixão virtual
Tenho que confessar: estou de quatro virtualmente falando. No início da internet eu estava com uma tremenda dor de cotovelo e tentando superar o fim de um quase-casamento. Enfiei-me no mundinho virtual, que era muito recente [pelo menos no quesito "acesso'] e passei a ter casinhos virtuais [todos furados, claro].

Um dia deu certo, arrumei um namoradinho, nos conhecemos, bateu aquele "tchan", viajamos um pouquinho, fizemos muitos planos e quando tudo estava perfeito, eu cansei. É que depois de um quase-casamento o que eu menos queria era algo muito sério [mas não soube isso tão rapidamente]. Desisti de relacionamentos virtuais, pois deixei de acreditar neles [mesmo que o último não deu certo porque eu não quis].

Como tudo vem como uma grande provação nesta terra, eu fui apresentada virtualmente ao amigo de uma amiga, porque ele estava tentando curar uma dor-de-cotovelo [estou ficando expert no assunto] e ela achou que eu era a pessoa indicada para tal.

Começamos nosso contato pela telinha branca de borda azul clara do msn. Para a minha sorte, ele tem webcam e eu posso vê-lo exatamente como é. Para o azar dele, ele apenas se deleita com as melhores fotos que eu escolhi da minha pessoa para se iludir um pouquinho comigo.

O problema é que estamos a quase um ano luz de distância em tudo, mas os olhos azuis dele e o sorriso que fica estampando na telinha branca de borda azul clara do meu msn me comove e derrete. Pronto, decidi ter uma paixão platônica, pois adoro fantasiar e me iludir um pouquinho de vez em quando. Em especial quando se trata de alguém que parece os rapazes que desfilam pelas páginas das minhas revistas Vogue [tá, tem um certo exagero nisso, mas como eu falei, estou na fase da ilusão].

Ontem, enquanto eu esperava um amigo cheio de más intenções chegar na minha casa, eu o provocava um pouquinho, mas bem pouquinho, porque nesta paixão platônica eu decidi apenas instigar. Ele é tímido, mas sempre que conversa comigo pega uma taça de vinho [talvez para se soltar um pouquinho]. E aí eu fico me deleitando com sua boca sorvendo o vinho, sua língua encostando na taça, o sorriso maroto, o olhar atento como se estivesse me vendo, a sombracelha que levanta quando solto uma frase absurda, a risada e a cabeça indo para trás quando falo uma bobagem. Porque é assim: eu falo e ele reage fisicamente e fala bem pouquinho.

Nossa relação virtual começou na semana passada e vai bem, obrigada. Mando para ele todas as músicas que estou ouvindo, falo sobre os lugares que vou leva-lo quando ele vier me visitar, mostro fotos da minha casa, conto sobre o livro que estou lendo, as festas que vou e agora prometi que terei uma webcam também, mas também é ilusão, porque talvez eu enrole-o neste quesito.

Eu só quero ver é quando ele me disser "comprei a passagem e estou chegando amanhã, você me busca no aeroporto?".

Às vezes eu tenho medo da realidade, ah, e do escuro. E agora estou avaliando o meu medo de ficar sozinha enquanto ouço PJ Harvey.

Postado por Desiree às 6:00 PM | 1 comments



terça-feira, janeiro 03, 2006
dor de cotovelo
Estou com uma baita dor de cotovelo. Fazia tempo que não me sentia assim. Se assistisse 2046 hoje, provavelmente eu choraria copiosamente. Horrível quando nos sentimos trocadas. Tá, eu nunca nem fui "alguma coisa na vida de R", mas ser ignorada, não ter emails respondidos [e emails sem qualquer intenção explícita - apenas mensagens subliminares que eu não sei até que ponto o português dele permitiria captar] e nem ao menos receber um "feliz 2006" fez eu me sentir um nadica na vida dele. Passada em branco mesmo!

- Quero muito te ver novamente.

Para que dizer isso se a intenção seguinte é ignorar qualquer "oi" que você dê? Será que foi bode generalizado apenas porque segui minha vontade louca de vê-lo e viajei algumas centenas de quilômetros para encontrá-lo? De qualquer forma, ele foi favorável ao encontro.

A verdade é: não sei clicar "delete" e tenho sérios problemas em aceitar ser deletada. Não sei simplesmente apagar as pessoas da minha vida. Sou presa demais a tudo, até nas bobagens que coleciono no meu armário, no montinho de ingressos de cinema, shows, peças. Curiosamente a música que toca enquanto escrevo este post é "she´s not dead" do Suede, que caí como uma luva. É, não tô morta!

Hoje, consultando meu canto social na internet, eu vejo a foto dele trocada. Agora ele posa com uma moça que tem até um estilo parecido com o meu para quem quiser ver. E então uma sessão de fotos dos dois coladinhos para cima e para baixo.

E ela toda linda, sorridente, moderninha e aparentemente feliz da vida [ele idem]. No meu momento dor-de-cotovelo descontrol eu apenas digo:

- Tenham uma ótima vida.

A sorte é que eu tinha um chocolate na bolsa.

Postado por Desiree às 6:19 PM | 6 comments



so here we are
Acordei à 1h30 da tarde. Não sei se é um bom sinal começar o ano com tanta preguiça. A boa desculpa é que cheguei em casa já eram mais de 5h30 e claro, por uma ótima causa. Acho que anos que começam de forma inusitada tem grandes chances de darem certo.

Hoje li por aí uma porção de textos sobre o ano que chegou e a convenção das datas. Eu confesso: adoro datas e sou quase uma garota-calendário. Como deixei num recadinho num blog, eu vou me candidatar a garota Pirelli 2007.

Um dia preguiçoso merece bons filmes. Escolhi dois: "Os Produtores", comédia hilária e bem feita. Filme pastelão deliciosamente engraçado. Eu odeio a Uma Thurman! Como ela pode ser tão perfeita em tudo?

À noite dediquei a sessão a invasão oriental: 2046. O filme é longo, inquietante, original e tem uma direção de arte belíssima. O figurino é de cair o queixo e o roteiro é intrincado o suficiente para eu ter que ler algumas críticas para entender o que me escapou. E as chinesas? Uma mais linda que a outra. Quero ser chinesa. Elas são sempre lindas. Pena que eu não me adaptaria de forma alguma a cultura delas. Então continuo ocidental e mais ou menos bonitinha [e ultimamente: ordinária].

Hoje me dei conta de que preciso me dedicar ao inglês, pois com meus anseios de atravessar o oceano um pouquinho este ano, eu vou ter que estar mais craque na língua. E a língua aqui só anda craque em outras coisas. Modéstia a parte, claro!

O que tem me causado um certo espanto é que ando chorona. Na viagem com meus amigos, eu abusei do vinho e no carro chorei, chorei, chorei e não entendi o porquê [não me senti triste enquanto chorava, ao contrário, eu chorava e ria de mim pela situação]. Hoje vendo o trailler de um filme nada dramático, eu também chorei. Já com 2046, que eu até teria algumas razões muito particulares para chorar, não caiu uma lágrima sequer. Ontem eu também chorei quando o francês me olhou docemente e disse:

- Ah, não deveríamos ter feito isso, eu amo a minha namorada e prometi a ela que me comportaria. E faz apenas dois dias que estou no Brasil. - mal sabe ele no que que ele se meteu

Ah, os franceses. Um amigo francês jurou que a França é um país livre. Já não sei mais o que isso quer dizer, pois eu tinha tirado outra conclusão do comentário.

E chorei. Ele me olhou e perguntou o porquê eu estava chorando e ficou comovido. Gosto quando as pessoas se comovem comigo, assim como de vez em quando eu me comovo comigo mesma, como ontem, pois nada explica as minhas lágrimas repentinas. Chorei e não sei porquê [novamente não me senti triste]. Talvez eu tenha chorado porque a França fica longe demais e no momento eu não tenho muitas condições de atravessar o oceano e alcança-la.

Preciso ter uma idéia original para conseguir alguns trocados.

--> ouvindo "Spoon" e indo dormir

Postado por Desiree às 1:21 AM | 0 comments



segunda-feira, janeiro 02, 2006
e deu frança na cabeça
Ano novo e um monte de coisa nova para falar. Terminei de ler o livro "a vida sexual da mulher feia" e não gostei. Ele é super bem-humorado, mas um humor que não fez eu rir [será que foi alguma identificação não identificada conscientemente?]. Concordo com a autora que independente de ser feia ou bonita as coisas estão ruins para nós [a mulherada], afinal como eu já divaguei há posts atrás, as pessoas não querem mais saber de compromisso e os que aparecem, geralmente, são freaks demais.


***

Virei meu ano com meus amigos mais queridos, o que me deixou bem feliz e não fez mais nada além da presença deles ser necessário. Depois fomos para uma cidade próxima procurar uma boate gay encontrada no google. Não procurem boates no google.

O lugar era imenso e a visão que tive na minha primeira madrugada do ano foi a do inferno. Vou escrever um livro também "a vida sexual dos gays feios". Ser feio nem é problema, o problema é ter mau gosto. Ok, você pode me perguntar: mas o que é bom gosto? Se você não tem muita certeza quanto o que é bom gosto, não ouse muito, pois o risco de errar é enorme.

Tá, vou montar também um esquadrão da moda e principalmente, o esquadrão "salvem os cabelos" para ver se dá para melhorar um pouquinho as coisas.

Claro que começando o ano com a visão do inferno, eu acho que 2006 será um ano ótimo, porque 2005 eu comecei num paraíso, com um monte de gente linda à volta e muito louca. Desta vez eu estava com poucos [e ótimos como já falei] amigos e em família, numa virada tranquila e sóbria de tudo. Que 2006 seja um ano bem sóbrio.

Resolvemos antecipar a volta da viagem, já que o tempo estava ruim e ontem fomos dançar. Noite ótima, encontrei outros tantos amigos queridos, dei uma sessão "auto-ajuda" [vi que posso ganhar uns trocadinhos com isso] e terminei a noite nas garras de um francês. Não falei que esse ano vai dar França?

E eu to numa fase estrangeira e já falei isso. Acho que as coisas do lado de lá do oceano estão melhores para nós [mulherada] do que do lado de cá do continente. Francês lindo, delicioso, fofo, culto, cinéfilo, gosto musical impecável, inglês surpreendente bom e aperta como ninguém. Acho que isso que tá faltando do lado de cá: a boa pegada.

Pena que eles sempre resolvem trabalhar no Rio... vamos implantar uma praia no meio de São Paulo para ver se esses seres interessantes ficam por aqui mesmo.

E depois eu volto para falar da vida sexual da mulher feia.

--> ouvindo "Explosion in the sky" [e no quarto também]

Postado por Desiree às 2:30 PM | 4 comments